domingo, 28 de maio de 2017

Joba Tridente: irmãos maquiavelhacos

..., ah, Brasil de tantos pecados! ..., dilapidado! ..., corrompido! ..., estuprado dia e noite por politiqueiros! ..., país das hediondas causas próprias e imundas calças próprias para o dolo! ..., país das lavagens cerebrais midiáticas e partidárias! ..., até quando o seu “gigante pela própria natureza” continuará “deitado eternamente em berço esplêndido”? ..., a corda, Brasil! ..., acorda!

..., a cada vez mais indignado com tanta verdade (2017) ao ..., c.h.ã.o (2016) e nas m.ã.o.s (2017) e na b.o.c.a (2017) de vadios..., enquanto a boiada da friboi passa e o povo pasta, piso na bosta espalhada por toda a nação, pelos irmãos maquiavelhacos batista e seus asseclas..., para cometer um corte poético de doer no lombo.


                 
irmãos maquiavelhacos
joba.tridente.27.05.2017.cwb.

tudo pode quem é de ley
por mais que apodreça
           carne de boy
não é carne de cow
vaca crazy de dar dó
                                 lares aos podres
                                 políticos consumidólares
                                 à la cala-te

homens nus em dietas
                              noturnas
servem-se de calorias
a gosto conforme o mês
no bom tom dos sussurros
saboreiam uma
a uma as cartas do castelo
onde a sorte não se culpa
em dar espeto ao azar
no turno das facções
girando a roleta
na mesa frágil das negociações
                                  soturnas

sangram cartas insalubres
                 no molho parvo
afogam tetinhas macias
               no molho branco
para bocas insaciáveis

na pressa à santa gula
engole-se cururus
como se rã em divino prato
a indigestão não tarda
a revolver o estômago
na confissão do pecado

: é torto
o caminho
para a granja
..., e colher ovos em maio
gorados no granjeio
do jaburu depenado
: é tosco

tudo pode quem é freeboy
em terras do norte
tudo arma quem é cowboy
em terras com sorte

em terras do sul
onde nem coruja pia
o tormento da velhacaria

o bobo do corte insiste
                             : se a carne é forte para quem se alinha
                              : se a carne é fraca para quem galinha
                              : a quem é de ley toda maquiavelice
                                                                       será perdoada?

o bobo da corte insiste
                             : cala-te! por que não te calas?
                                                                     por que?

*
joba.tridente.ilustração.27.05.2017



Joba Tridente, artesão de palavras e imagens em Verso: 25 Poemas Experimentais (1999); Quase Hai-Kai (1997, 1998 e 2004); em Antologias: Hiperconexões: Realidade Expandida – Sangue e Titânio (2017); Hiperconexões: Realidade Expandida (2015); 101 Poetas Paranaenses (2014); Ipê Amarelo, 26 Haicais; Ce que je vois de ma fenêtre - O que eu vejo da minha janela (2014); Ebulição da Escrivatura - 13 Poetas Impossíveis (1978); em Prosa: Fragmentos da História Antropofágica e Estapafúrdia de Um Índio Polaco da Tribo dos Stankienambás (2000); Cidades Minguantes (2001); O Vazio no Olho do Dragão (2001). Contos, poemas e artigos culturais publicados em diversos veículos de comunicação: Correio Braziliense, Jornal Nicolau, Gazeta do Povo, Revista Planeta, entre outros.

domingo, 21 de maio de 2017

Joba Tridente: 36

..., como não me importo com datas, um poema do domingo passado no domingo de hoje. 36..., um poema para as mães de todos os dias. ..., talvez porque eu gosto de segundas-feiras tanto quanto desgosto de aniversários. ..., o espelho do guarda-louça quebrado pela cadela perdigueira maruska, jamais foi consertado. ..., não era dia das mães e nem do meu aniversário. 36 eu cometi em cwb.13.05.2017.


                           

36
joba tridente

mãe, me dá um dinheiro?
pra quê?
??????
...... ela sabe
!!!!!!
pra comprar uma coisa!
......
na manhã de domingo
mais uma caneca
de louça na cristaleira
: mãe
e flores no decalque
rosado

: mamãe
: mãezinha do coração
: mãe eu te amo
: querida mamãe
: feliz dia das mães
: a melhor mãe do mundo

aos sete o menino
conta as canecas
que um dia herdará

*
ilustração de joba tridente.2017



Joba Tridente, artesão de palavras e imagens em Verso: 25 Poemas Experimentais (1999); Quase Hai-Kai (1997, 1998 e 2004); em Antologias: Hiperconexões: Realidade Expandida – Sangue e Titânio (2017); Hiperconexões: Realidade Expandida (2015); 101 Poetas Paranaenses (2014); Ipê Amarelo, 26 Haicais; Ce que je vois de ma fenêtre - O que eu vejo da minha janela (2014); Ebulição da Escrivatura - 13 Poetas Impossíveis (1978); em Prosa: Fragmentos da História Antropofágica e Estapafúrdia de Um Índio Polaco da Tribo dos Stankienambás (2000); Cidades Minguantes (2001); O Vazio no Olho do Dragão (2001). Contos, poemas e artigos culturais publicados em diversos veículos de comunicação: Correio Braziliense, Jornal Nicolau, Gazeta do Povo, Revista Planeta, entre outros.
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