quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Herculano Villas-Boas: hai cai s. 3

Conheci o escritor e tradutor Herculano Villas-Boas em meados nos anos 1970, na Abril Cultural, em São Paulo, e o reencontrei em 2013, via FB. Pedi e ele me enviou o “rascunho” do seu próximo livro vidAmArte (hai cai s) universos. Fiquei fascinado e perdido, sem saber qual escolher para postar no Falas ao Acaso. Acabei selecionando seis para as primeiras três publicações. Se futuramente ele me autorizar, faço novas postagens.




1
passo fome
assim na terra
como no céu



2
dia a dia
a eternidade se abre
via


*
Ilustração de Joba Tridente. 2013


Herculano Villas-Boas, graduado em Filosofia pela USP, é mestre em Letras e Teoria Literária pelo Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP. Fez doutorado em Letras e Teoria Literária (IEL/UNICAMP) e em Ética e Filosofia Política (IFCH/UNICAMP). Nos últimos tempos, traduziu, entre outros livros: Honoré de BalzacAscensão e Queda de César Birotteau (A Comédia Humana/L&PM); Honoré de BalzacA Mulher de Trinta Anos (A Comédia Humana/Martin Claret, 2013); Pierre Bourdieu e outros, O Sufrágio Universal e a Invenção Democrática (Estação Liberdade); Jacqueline Dauxois, Nefertite (Geração); Charles DickensA Vida de Nosso Senhor (Martins Fontes); Fiódor Dostoiévski, Os Irmãos Karamázov (Martin Claret, 2013); Max GalloCésar Imperador (Nova Fronteira. 2a ed. Sinergia/Nova Fronteira); Marek HalterSara (Nova Fronteira); Bernard JordanAs Leis do Pensamento (Larousse); Tim StoreyA Vida Plena (Prumo); StendhalDo Amor (L&PM); Vários, Enciclopédia Britânica Online (Tradução e Redação / Encyclopaedia Britannica). 

Herculano Villas-Boas publicou seus poemas em Mural, série de cartazes com poemas breves e visuais, e em centenas de jornais, livros, revistas e antologias, entre as quais: Processo: linguagem e comunicação; Poema processo; Cem poemas brasileiros; Feira nacional do humor; Jornal Dobrabil; Pasquim; Antologia da nova poesia brasileira; Escreveu teses de pós-graduação sobre Oswald de Andrade e Jean-Paul Sartre.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Herculano Villas-Boas: hai cai s. 2

Conheci o escritor e tradutor Herculano Villas-Boas em meados nos anos 1970, na Abril Cultural, em São Paulo, e o reencontrei em 2013, via FB. Pedi e ele me enviou o “rascunho” do seu próximo livro vidAmArte (hai cai s) universos. Fiquei fascinado e perdido, sem saber qual escolher para postar no Falas ao Acaso. Acabei selecionando seis para as primeiras três publicações. Se futuramente ele me autorizar, faço novas postagens.



1
na árvore      
                        a linguagem flor
esce



2
lorca
valsa nos ramos e nu
vens


*

Ilustração de Joba Tridente. 2013


Herculano Villas-Boas, graduado em Filosofia pela USP, é mestre em Letras e Teoria Literária pelo Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP. Fez doutorado em Letras e Teoria Literária (IEL/UNICAMP) e em Ética e Filosofia Política (IFCH/UNICAMP). Nos últimos tempos, traduziu, entre outros livros: Honoré de BalzacAscensão e Queda de César Birotteau (A Comédia Humana/L&PM); Honoré de BalzacA Mulher de Trinta Anos (A Comédia Humana/Martin Claret, 2013); Pierre Bourdieu e outros, O Sufrágio Universal e a Invenção Democrática (Estação Liberdade); Jacqueline Dauxois, Nefertite (Geração); Charles DickensA Vida de Nosso Senhor (Martins Fontes); Fiódor Dostoiévski, Os Irmãos Karamázov (Martin Claret, 2013); Max GalloCésar Imperador (Nova Fronteira. 2a ed. Sinergia/Nova Fronteira); Marek HalterSara (Nova Fronteira); Bernard JordanAs Leis do Pensamento (Larousse); Tim StoreyA Vida Plena (Prumo); StendhalDo Amor (L&PM); Vários, Enciclopédia Britânica Online (Tradução e Redação / Encyclopaedia Britannica). 

Herculano Villas-Boas publicou seus poemas em Mural, série de cartazes com poemas breves e visuais, e em centenas de jornais, livros, revistas e antologias, entre as quais: Processo: linguagem e comunicação; Poema processo; Cem poemas brasileiros; Feira nacional do humor; Jornal Dobrabil; Pasquim; Antologia da nova poesia brasileira; Escreveu teses de pós-graduação sobre Oswald de Andrade e Jean-Paul Sartre.

domingo, 25 de agosto de 2013

Herculano Villas-Boas: hai cai s. 1

Conheci o escritor e tradutor Herculano Villas-Boas em meados nos anos 1970, na Abril Cultural, em São Paulo, e o reencontrei em 2013, via FB. Pedi e ele me enviou o “rascunho” do seu próximo livro vidAmArte (hai cai s) universos. Fiquei fascinado e perdido, sem saber qual escolher para postar no Falas ao Acaso. Acabei selecionando seis para as primeiras três publicações. Se futuramente ele me autorizar, faço novas postagens.




1
em hi ro shi ma qu an tas
sau da de s de hi ro shi
ma



2
no corcovado jesus
cristo se livra
da cruz


*
Ilustração de Joba Tridente: Arte e Colagem (*) 


Herculano Villas-Boas, graduado em Filosofia pela USP, é mestre em Letras e Teoria Literária pelo Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP. Fez doutorado em Letras e Teoria Literária (IEL/UNICAMP) e em Ética e Filosofia Política (IFCH/UNICAMP). Nos últimos tempos, traduziu, entre outros livros: Honoré de BalzacAscensão e Queda de César Birotteau (A Comédia Humana/L&PM); Honoré de BalzacA Mulher de Trinta Anos (A Comédia Humana/Martin Claret); Pierre Bourdieu e outros, O Sufrágio Universal e a Invenção Democrática (Estação Liberdade); Jacqueline Dauxois, Nefertite (Geração); Charles DickensA Vida de Nosso Senhor (Martins Fontes); Fiódor Dostoiévski, Os Irmãos Karamázov (Martin Claret); Max GalloCésar Imperador (Nova Fronteira. 2a ed. Sinergia/Nova Fronteira); Marek HalterSara (Nova Fronteira); Bernard JordanAs Leis do Pensamento (Larousse); Tim StoreyA Vida Plena (Prumo); StendhalDo Amor (L&PM); Vários, Enciclopédia Britânica Online (Tradução e Redação / Encyclopaedia Britannica).

Herculano Villas-Boas publicou seus poemas em Mural, série de cartazes com poemas breves e visuais, e em centenas de jornais, livros, revistas e antologias, entre as quais: Processo: linguagem e comunicação; Poema processo; Cem poemas brasileiros; Feira nacional do humor; Jornal Dobrabil; Pasquim; Antologia da nova poesia brasileira; Escreveu teses de pós-graduação sobre Oswald de Andrade e Jean-Paul Sartre.

(*) Ilustração de Joba Tridente: Arte Colagem sobre duas fotos publicadas na web:
1 - Explosão Atômica (?) 
2 - Cristo Redentor - Rio (21.04.2007), de Paulo Landowski - Arquivo: Wikimedia Commons (link).

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Humor Negro: Criança de Neve

Esta é uma pérola do Almanach de Porto Alegre 1920, edição digital Brasiliana USP. Atualizei a grafia.


Criança de Neve

Em uma reunião elegante, ha dois ou três dias, uma senhora distintíssima, hoje viúva, apresentou-me a sua filhinha mais nova.
- Chama-se... ? - perguntei.
E a pequena:
- Branca!
Esse nome fez-me sorrir e eu me lembrei, então, daquela famosa historia do Bianchino, ocorrida há muitos anos em uma aldeia italiana das proximidades dos Alpes. Em certa região alpina da Itália, havia um casal de gente simples e honrada, em que o marido andava constantemente longe do lar, acompanhando viajantes ou apascentando rebanhos. Certa vez, ao voltar à casa, encontrou ele, com surpresa, a mulher com uma criancinha nos braços.
- Que é isso? - indagou, espantado.
A esposa, que o supunha um toleirão, explicou-lhe, atirando-se lhe ao pescoço:
- Não te lembras daquela tempestade de neve que caiu o ano passado? Pois, olha; nesse tempo, eu fui me divertir com as bolas de neve, e, meses depois, me vi surpreendida com esta criança!
E, entre o espanto do marido, acrescentou:
- Não estás vendo como é branca, branca, branca? É porque nasceu da neve, na tua ausência!
O pastor, que era louco pela mulher, dissimulou as suas suspeitas de coração, e, concordando que o pequeno tomaria o nome de Bianchino, por ter a alvura da neve, partiu para outra viagem demorada.
Tempos depois, voltou. A criança, crescida e forte, parecia-se enormemente com o professor do lugar, mas bastava olhar-lhe a cor inconfundível da pele, para ver que se tratava, realmente, de uma criança de neve. Ao regressar dessa vilegiatura, vinha, porém, mais esclarecido sobre a origem das crianças. E como não fosse tolo, chamou no dia seguinte o pequeno para irem juntos á caça.
- Bianchino - gritou - vamos às lebres?
Ao regressar, vinha, porém, sozinho.
- Bianchino, onde está Bianchino, Gennaro? - implorou a esposa.
O marido fez uma cara de choro e confessou, doloroso:
- Bianchino? Bianchino... derreteu-se, filha!
A mulher tombou com um terrível ataque de nervos, mas ficou sabendo, nesse dia, que os maridos têm o direito de derreter, sempre que as encontrem em casa, as crianças nascidas da neve.


*

Ilustração de Joba Tridente. 2013

A ficha completa do Almanach de Porto Alegre - 1920 pode ser acessada aqui. 

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Joba Tridente: Concreto

..., nos anos 1970 eu era muito sqzito. ..., Concreto nasceu poema e melodia, também concreta, em 1974. ..., eu a cantei em um Festival de Arte de São Bernardo do Campo, ABC Paulista, neste mesmo ano. ..., às vezes encontro na web gente que esteve lá e ainda se lembra das coisas estranhas que eu cantava e preocupava a minha família e amigos. ... tem gente que pensa que já morri. ..., quanto a isso não tenho certeza. ..., acho que ainda sou muito sqzito.



não                              tem
     c
               h
            u
                   v      c
                        a
                            i
                      n
                   d
                         o
                       nas
       s
s     e        s
    e    r      e
     r o   r
    o  l o
       l l
        f
P R E S A S
n               o
   v  a  s  o  
     fundo
       de
C             O
N C R E  T

          que
               br
              e
                 - o!


*

      Joba Tridente: poema (1974) e foto (2010)

domingo, 4 de agosto de 2013

Joba Tridente: Bicho-de-Pé


..., houve um tempo de becos, ciladas, sombras, cabrestos. ..., insensato que era, teimei na palavra. ..., verbo insistente que me volta como hoje. ..., que me pega distraído, como se ainda ontem. ..., como se à espera de mudanças. ..., como se...
  
BICHO-de-PÉ
olha para o teu sapato
comendo a poeira do CHÃO
e...
sujando todo o teu
tão ALVO    (à mosca)
ou...
tão NEGRO  (ao escaravelho)
............................................................
pegaste o BICHO-de-PÉ
............................................................
             agora é que tardarás a chegar à cidade

 

*
Joba Tridente:06.01.1975
Ilustração: Detalhe do Ensaio Fotográfico: Pegadas, 
que fiz em Itapoá-SC, em dezembro de 2012

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Joba Tridente: (?)


..., houve um tempo de becos, ciladas, sombras, cabrestos. ..., insensato que era, teimei na palavra. ..., verbo insistente que me volta como hoje. ..., que me pega distraído, como se ainda ontem. ..., como se à espera de mudanças. ..., como se...


(?)

as palavras soavam-lhe
nos ouvidos
                                       (SUAVA)
                                       (EU)
frágil
tremia de medo


*
Joba Tridente. 04.06.1974
Ilustração: Detalhe da Foto: Empalado,
que fiz em Itapoá-SC, em dezembro de 2012

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