domingo, 29 de julho de 2018

Guillaume Apollinaire: Belo Cabelo Vermelho


No ano do centenário da morte do vanguardista francês Guillaume Apollinaire, o Falas ao Acaso, abre espaço para várias versões do seu famoso poema La Jolie Rousse ou Belo Cabelo Vermelho, na tradução brasileira do escritor Marcílio Farias, que esclarece: La Jolie Rousse foi publicado na revista L’Eventail, em 5 de Março de 1918. Nas obras completas do Poeta é geralmente o ultimo trabalho citado entre os “Caligramas”. A obra de Guillaume Apollinaire (Agosto de 1880 - Novembro de 1918), embora muito conhecida na Europa, é hoje em dia pouco conhecida nas Américas, exceto por traduções feitas por Guinsberg, Bishop, Lowell, Borges e Octavio Paz nos anos 60. No Brasil chegou a ser razoavelmente divulgada também nos anos 1950-1960, graças a Carlos Drummond de Andrade, Murillo Mendes e Menotti Del Pichia, admiradores declarados do Poeta Francês. Nos anos 1980 Marly de Oliveira e Ana Cristina Cezar tentaram revitalizar sua poesia, sem sucesso. Os anos subsequentes, crivados por nacionalismos radicais e monocrônicos, contribuíram para a nuvem de esquecimento que caiu sobre um dos mais criativos artistas do século XX, um dos criadores do surrealismo e do cubismo. Dois anos depois de servir na primeira guerra (onde foi ferido severamente) morreu de Gripe Espanhola, aos 38 anos." New Orleans, Outubro de 2017.

Além da especialíssima tradução Belo Cabelo Vermelho, de Marcílio Faria para o português, você confere a versão espanhola La linda pelirroja, do escritor colombiano José Umanã Bernal, que está em Poemas em Francês - Guillaume Apollinaire, onde há outros poemas de Apollinaire traduzidos para o espanhol; a versão italiana La bella rossa, do tradutor C.P, publicada em 12 de dezembro de 2014 no site Scaffali invisibili - Laboratório de Traduzione; e a tradução inglesa The Pretty Redhead, do escritor norte-americano James Wright, que se encontra em Collected Poems (1971).


La Jolie rousse
Guillaume Apollinaire

Me voici devant tous un homme plein de sens
Connaissant la vie et de la mort ce qu'un vivant peut connaître
Ayant éprouvé les douleurs et les joies de l'amour
Ayant su quelquefois imposer ses idées
Connaissant plusieurs langages
Ayant pas mal voyagé
Ayant vu la guerre dans l'Artillerie et l'Infanterie
Blessé à la tête trépané sous le chloroforme
Ayant perdu ses meilleurs amis dans l'effroyable lutte
Je sais d'ancien et de nouveau autant qu'un homme seul
Pourrait des deux savoir
Et sans m'inquiéter aujourd'hui de cette guerre
Entre nous et pour nous mes amis
Je juge cette longue querelle de la tradition et de l'invention
De l'Ordre de l'Aventure

Vous dont la bouche est faite à l'image de celle de Dieu
Bouche qui est l'ordre même
Soyez indulgents quand vous nous comparez
A ceux qui furent la perfection de l'ordre
Nous qui quêtons partout l'aventure

Nous ne sommes pas vos ennemis
Nous voulons nous donner de vastes et d'étranges domaines
Où le mystère en fleurs s’offre à qui veut le cueillir.
Il y a là des feux nouveaux des couleurs jamais vues
Mille phantasmes impondérables
Auxquels il faut donner de la réalité
Nous voulons explorer la bonté contrée énorme où tout se tait
Il y a aussi le temps qu'on peut chasser ou faire revenir
Pitié pour nous qui combattons toujours aux frontières
De l'ilimité et de l'avenir
Pitié pour nos erreurs pitié pour nos péchés
Voici que vient l'été la saison violente
Et ma jeunesse est morte ainsi que le printemps
O Soleil c'est le temps de la raison ardente
Et j'attends
Pour la suivre toujours la forme noble et douce
Qu'elle prend afin que je l'aime seulement
Elle vient et m'attire ainsi qu'un fer l'aimant
Elle a l'aspect charmant
D'une adorable rousse
Ses cheveux sont d'or on dirait
Un bel éclair qui durerait
Ou ces flammes qui se pavanent
Dans les roses-thé qui se fanent

Mais riez riez de moi
Hommes de partout surtout gens d'ici
Car il y a tant de choses que je n'ose vous dire
Tant de choses que vous ne me laisseriez pas dire
Ayez pitié de moi




Belo Cabelo Vermelho
Guillaume Apollinaire
tradução: Marcílio Farias

Aqui estou diante de vocês, um homem sensível
Que conhece a vida e tudo que alguém pode conhecer sobre a Morte
Tendo experimentado toda tristeza e todo prazer do Amor
Tendo às vezes sabido transmitir ideias
Em várias línguas
E viajado um bocado
Tendo visto a guerra de artilharia e de infantaria
Ferido e trepanizado entre nuvens de clorofórmio
E perdido belos amigos em um conflito horripilante
E conhecido o velho e o novo o tanto quanto qualquer homem Disso pode conhecer
E hoje sem preocupações maiores sobre a guerra que
Se abate agora entre nós mesmos e nossos amigos
Espremidos no longo debate julgador entre tradição e invenção
Ordem e Aventura

Vocês, cujas bocas foram criadas a imagem e
Semelhança da boca e da Imagem de um Deus,
Vozes feitas de ordem e de si mesmas,
Vocês insistem em comparar-se indulgentes uns com os outros
E Julgam nossos amigos que
Se aventuraram além da perfeição da ordem
Em busca de Aventura em todo canto e lugar

Nós não somos o inimigo
E só queremos dar-lhes um território mais vasto e estranho
Onde o mistério do Poema e da Cor se espalha como flores Selvagens disponíveis
Àqueles com coragem suficiente para colhê-las
Pois lá vocês podem descobrir novas
nuances e reflexos nunca vistos
E fantasmas imponderáveis que dormem
Aguardando que novas realidades despertem e
Que nos permitam explorar fogueiras e cores
Nunca dantes conhecidas,
E um país feito de carinhos imensuráveis e quietude perfeitas
Onde o tempo pode ser banido e redescoberto em um carinho
Compassivo com aqueles que ultrapassaram a fronteira da Batalha
Ou o infinito imaginário do futuro onde
Erros e pecados são regados à piedade do perdão

Agora chego ao verão violeta e violento em que
Minha juventude morre como a primavera
Junto com o sol de uma razão vulcânica na
Base de uma espera que acompanha a forma e o jeito
Gentil daquele que recebe a forma final dada pelo nosso Amor
Como um imã que atrai o ferro bruto
Com as cores ruivas de
Um Belo cabelo avermelhado ou dourado, você (eu) diria
Um lampejo amável de luz que permanece
Na chama que se eleva
Sobre um ramalhete de rosas e chá

Podem rir de mim
Homens desse mundo, principalmente vocês da minha terra
Porque há muitas coisas que não disse assim como
Há muitas coisas que vocês se recusaram a falar
Esmagados pela piedade que os domina.



La linda pelirroja
Guillaume Apollinaire
traducción: José Umaña Bernal

Estoy aquí delante de todos un hombre con sentido común
que conoce la vida y de la muerte lo que un hombre puede conocer
probó los dolores y los goces del amor
impuso algunas veces sus ideas
conoce varias lenguas
y no ha viajado poco
vio la guerra en la infantería y la artillería
herido en la cabeza trepanada bajo el cloroformo
perdió sus mejores amigos en la espantosa lucha
sé de lo antiguo y de lo nuevo lo que un hombre solitario puede saber de esas cosas
y sin inquietarme hoy de esta guerra
entre nosotros y para vosotros amigos míos
juzgo esta larga querella de la tradición y de la invención
del orden y de la aventura
Vosotros con la boca hecha a la imagen de la boca de Dios
boca que es el orden mismo
sed indulgentes al compararnos
con los que fueron la perfección y el orden
nosotros que siempre buscamos la aventura
no somos enemigos
Al queremos daros vastos y extraños dominios
donde el misterio germina para el que quiera cosecharlo
hay fuegos nuevos colores nunca vistos
mil fantasmas imponderables
para darles realidad
y explorar la bondad país enorme y silencioso
hay tiempo para desterrar
y tiempo para el regreso
piedad para nosotros que combatimos siempre en las fronteras
de lo ilimitado y lo porvenir
piedad para nuestros errores piedad para nuestros pecados
He aquí que viene el estío la estación violenta
y mi juventud ha muerto como la primavera
oh sol es el tiempo de la razón ardiente y espero
para seguir la forma noble y dulce
que adopta ella para que pueda amarla
llega y me atrae como al hierro el imán
tiene el aspecto encantadorde una adorable pelirroja
Sus cabellos son de oro se diría
un bello relámpago que nunca acaba
o esas llamas que presumen
en las rosas te marchitas ya
Reíd reíd de mí
hombres de todas partes sobre todo gentes de aquí
porque hay tantas cosas que no me atrevo a decir
tantas cosas que no me dejaríais decir
tened piedad de mí



La bella rossa
Guillaume Apollinaire
traduzione: C. P

Sono agli occhi di tutti un uomo di buon senso
Che conosce la vita e della morte sa quello che un vivente può sapere
Che ha provato le pene e le gioie d’amore
Che qualche volta ha imposto le sue idee
Che conosce le lingue
Che ha viaggiato un bel po’
E ha visto la guerra in Fanteria e Artiglieria
Ferito alla testa trapanato sotto cloroformio
Che ha perso nella lotta spaventosa gli amici migliori
Che sa dell’antico e del nuovo tutto ciò che un uomo solo
può dei due sapere
E senza preoccuparmi oggi di questa guerra
Tra di noi e per noi amici miei
Giudico questa lunga contesa fra tradizione e invenzione
Fra Ordine e Avventura
Voi con la bocca fatta a immagine di quella di Dio
Bocca che è l’ordine stesso
Siate indulgenti se ci confrontate
Con chi incarnò ordine e perfezione
Noi, che inseguiamo ovunque l’avventura
Non siamo vostri nemici
Per noi cerchiamo vasti e strani domini
Dove il mistero in fiore s’offre a chi vuole coglierlo
Là ci sono fuochi nuovi e colori mai visti
Mille fantasie imponderabili
A cui bisogna dare consistenza

Noi vogliamo esplorare la bontà contrada enorme dove tutto tace
C’è anche il tempo da poter scacciare o far ritornare
Pietà di noi che sempre combattiamo alle frontiere
Dell’infinito e dell’avvenire
Pietà dei nostri errori pietà dei peccati
Ecco che viene l’estate la stagione violenta
E la mia gioventù è morta come la primavera
O Sole è il tempo della ragione ardente
E aspetto
Per seguirla sempre la forma nobile e dolce
Che prende perché io soltanto l’ami
Viene e mi attrae come un ferro il magnete
Ha il fascinoso aspetto
Di una bella rossa
Dai capelli che sembrano d’oro
Un bel bagliore che durerà
O queste fiamme che dardeggiano
Nelle rose tee che si disfano
Ridete pure di me
Uomini d’ogni posto ma soprattutto gente di qui
Perché ci sono tante cose che non oso dirvi
Tante cose che non mi lascereste mai dire
Pietà di me



The Pretty Redhead
Guillaume Apollinaire
translation: James Wright

I stand here in the sight of everyone a man full of sense
Knowing life and knowing of death what a living man can know
Having gone through the griefs and happinesses of love
Having known sometimes how to impose his ideas
Knowing several languages
Having travelled more than a little
Having seen war in the artillery and the infantry
Wounded in the head trepanned under chloroform
Having lost his best friends in the horror of battle

I know as much as one man alone can know
Of the ancient and the new
And without troubling myself about this war today
Between us and for us my friends
I judge this long quarrel between tradition and imagination
Between order and adventure

You whose mouth is made in the image of God's mouth
Mouth which is order itself
Judge kindly when you compare us
With those who were the very perfection of order
We who are seeking everywhere for adventure

We are not your enemies
Who want to give ourselves vast strange domains
Where mystery flowers into any hands that long for it
Where there are new fires colors never seen
A thousand fantasies difficult to make sense out of
They must be made real
All we want is to explore kindness the enormous country where
      everything is silent
And there is time which somebody can banish or welcome home
Pity for us who fight always on the frontiers
Of the illimitable and the future
Pity our mistakes pity our sins

Here summer is coming the violent season
And so my youth is as dead as spring
Oh Sun it is the time of reason grown passionate
And I am still waiting
To follow the forms she takes noble and gentle
So I may love her alone

She comes and draws me as a magnet draws filaments of iron
She has the lovely appearance
Of an adorable redhead
Her hair turns golden you would say
A beautiful lightning flash that goes on and on
Or the flames that spread out their feathers
In wilting tea roses

But laugh laugh at me
Men everywhere especially people from here
For there are so many things that I don't dare to tell you
So many things that you would not let me say
Have pity on me

*
ilustração: Joba Tridente.2018


1. Guillaume Apollinaire (nascido Wilhelm Albert Włodzimierz Apolinary de Wąż-Kostrowicki em Roma, Itália: 26.08.1880 – Paris, França: 09.11.1918), foi escritor, crítico de arte e ativista cultural. Autor de manifestos vanguardistas e criador da palavra Surrealismo, Apollinaire foi amigo e colaborador de Pablo Picasso, Max Jacob, André Salmon, Marie Laurencin, André Derain, Blaise, Cendrars, Pierre Reverdy, Jean Cocteau, Erik Satie, Ossip Zadkine, Marcel Duchamp, Giorgio de Chirico. Responsável pela introdução do Marquês de Sade (que, segundo ele: “era o espírito mais livre que já existiu no mundo”) na cena literária francesa, Guillaume Apolinaire, considerado um dos mais importantes poetas da vanguarda parisiense, começou a publicar contos e poemas, em revistas literárias, na primeira década dos anos 1900. Autor de uma fascinante literatura simbolista, traz em sua bibliografia, entre outro títulos e diversos artigos, poesia: Le Bestiaire ou Cortège d'Orphée (1911); Alcools (1913); Vitam impendere amori (1917); Calligrammes, poèmes de la paix et de la guerre 1913-1916 (1918); Il y a..., Albert Messein (1925); Julie ou la rose (1927); Ombre de mon amour, poems addressed to Louise de Coligny-Châtillon (1947); Poèmes secrets à Madeleine (1949); Poèmes à Lou (1955); ficção: Les Onze Mille Verges ou les amours d'un hospodar (1907); L'enchanteur pourrissant (1909); L'Hérèsiarque et Cie (1910); Les exploits d'un jeune Don Juan (1911); La Rome des Borgia (1914); La Fin de Babylone (L'Histoire romanesque 1/3, 1914); Les Trois Don Juan (L'Histoire romanesque 2/3, 1915); Le poète assassiné (1916); La femme assise (1920); Les Épingles (1928); teatro: Les Mamelles de Tirésias (1917); La Bréhatine ( em colaboração com André Billy, 1917); Couleurs du temps (1918); Casanova (1952). O escritor morreu jovem, aos 38 anos, vítima da gripe espanhola. Para saber mais: Site Oficial: Guillaume Apolinaire; Poetry Foundation: Guillaume Apollinaire; Antonio Miranda: Apollinaire; Domínio Público: Guillaume Apollinaire: fábula e lírica / Silvana Vieira da Silva Amorim; Revista Prosa Verso e Arte: Guillaume Apollinaire - poemas; Jornal Opção: Guillaume Apollinaire, o prazer e a perversão; Escrever é triste: A Carta ardente de Guillaume Apollinaire; The New York Times: The Surrealists 1917-1945 - A Bas Guillaume; France Archives: Guillaume Apollinaire; Projeto Gutenberg: Livros de Guillaume Apollinaire (em francês, grátis); Poetry in Translation: Guillaume Apollinaire (inglês).

2. Marcílio Farias é formado e pós-graduado pela Universidade de Brasília em Jornalismo, Cinema e Filosofia. Nos anos 70/80 trabalhou para a UNICEF/Brasil, USIS - Brasil e WHO, como consultor e assessor de assuntos públicos e culturais. Atuou como secretário particular do escultor Rubem Valentim, professor visitante da Universidade de Brasília e da Fundação Nacional de Teatro, editor assistente do Jornal de Brasília, colaborador do Jornal do Brasil, Correio Braziliense, Última Hora, Jornal do Unicef e The Brazilians (NY). Em 1974, integrou a equipe vencedora do Prêmio Esso para Melhor Contribuição à Edição Jornalística/Jornal de Brasília. No final da década de 80, escreveu e dirigiu o curta-metragem "Digitais" hors-concours em Lausanne e no Festival de Salvador, vetado pelo Concine logo em seguida. Emigrou legalmente para os Estados Unidos em 1989. Foi assessor cultural e adido cultural ad hoc do Consulado Geral do Brasil, em Boston (1993-2003). Professor visitante da Universidade de Massachusetts - Boston, conferencista convidado do David Rockefeller Center for Latin American Studies (Harvard University) e Sloan School of Management (MIT). Professor de Comunicação Impressa e de História da Cultura na Universidade de Phoenix, AZ, EUA.Membro Honorário da American Academy of Poets (Owing Mills, MD), da International Society of Poets (Washington, DC) e da Society of Friends of The Longfellow House (Cambridge, MA). Vive e trabalha entre Natal (Brasil) e Phoenix-Miami-Boston (EUA). Obras poéticas publicadas: Visual Field (1996), O Livro Cor de Triângulo Cor-de-Rosa (2007), Rito para Ressuscitar um Elefante (2010). Poemas publicados no Falas ao Acaso: Moebius;MandalaPassado incômodo(John)Diálogo visto de longe na Praça de Sé.

3. José Umaña Bernal (Tunja: 1899 - Bogotá: 1982) foi advogado, dramaturgo, escritor, tradutor e crítico literário colombiano. Estudou no Colegio Mayor del Rosario, formou-se em Direito, pela Universidad Nacional, e ocupou cargos diplomáticos no Chile, Portugal e Estados Unidos. Publicou seus artigos nas colunas Estafeta Literaria e Carnet, no El Tiempo. José Umanã Bernal, um dos mais importantes nomes da literatura colombiana, publicou seu primeiro livro, Itinerario de Fuga (reunindo poemas escritos entre 1918 e 1930), em 1934. Na sequencia: Décimas de luz y yelo (1942); Dos nocturnos y otros poemas (1942); Cuando yo digo Francia (1942); Nocturno del Libertador (1942); Poesía (1951); Diario de Estoril (1951); Seis poemas (1959). Umaña Bernal, estudioso e tradutor da obra de Rainer Maria Rilke, teve a sua comédia El buen amor, premiada no Concurso de Teatro Colombiano, em 1927. Para saber mais: El Tiempo: Escritura Fina; DOCPLAYER: Preguntas a José Umaña Bernal; Poeticous: José Umaña Bernal; Boyacá Cultural: José Umaña Bernal; Revistas UPB: José Umaña Bernal;

4. Não encontrei informação alguma sobre o tradutor italiano C.P, que administra o site Scaffali invisibili.

5. James Wright, premiado escritor e tradutor norte-americano, nasceu em Martins Ferry/Ohio (13.12.1927) e morreu em Nova York (25.03.1980). Vencedor do prestigiado concurso literário Yale Youger Poets Prize, com The Green Wall, em 1956, Wright, aos poucos, deixou o formalismo para se enveredar pelos versos livres. Autor de Saint Judas (1959), Autumn Begins in Martins Ferry, Ohio - Broadside (1963), Shall We Gather at the River (1967), Collected Poems (1971), Two Citizens (1973), Moments of the Italian Summer (1976), To a Blossoming Pear Tree (1977)…, póstumos: This Journey (1982), The Temple at Nîmes (1982), James Wright, In Defense Against This Exile. Letters to Wayne Burns (1985), Above the River - the Complete Poems (1992), Selected Poems (2005), A Wild Perfection: The Selected Letters of James Wright (2005), The Delicacy and Strength of Lace: Letters Between Leslie Marmon Silko and James Wright (2009). A obra mais aclamada do ganhador do Pulitzer (poesia) é The Branch Will Not Break (1963). Wright traduziu para o inglês poemas do peruano Cesar Vallejo, dos austríacos Georg Trakl e Rainer Maria Rilke, do alemão Herman Hesse, do francês Guillaume Apollinaire.

sábado, 21 de julho de 2018

Carlos Drummond de Andrade: Um Chamado João


O ano de 2018 marca os 110 anos de nascimento de João Guimarães Rosa (Cordisburgo-MG: 27.06.1908 - Rio de Janeiro-RJ: 19.11.1967), um dos mais renomados escritores brasileiros. Autor de contos célebres presentes em livros como Sagarana (1946), Primeiras Histórias (1962), Tutameia (1967) e da obra-prima Grandes Sertões: Veredas (1956), antes de alcançar a linguagem coloquial sertaneja definitiva e nos deliciar com toda riqueza do falar regionalista, Guimarães Rosa enveredou pela poesia. Porém, mesmo premiado pela Academia Brasileira de Letras e com elogios do poeta Guilherme de Almeida (1890-1969), o seu livro de poema Magma (1936) foi considerado “pouco convincente” por ele: “O Magma, aqui dentro, reagiu, tomou vida própria, individualizou-se, libertou-se do meu desamor e fez-se criatura autônoma, com quem talvez eu já não esteja muito de acordo, mas a quem a vossa consagração me força a respeitar.” (em discurso de agradecimento ao prêmio, na ABL, em 1937).

João Guimarães Rosa não é o primeiro escritor a negar a própria obra. Magma (1936), que só foi publicado postumamente em 1977, realmente está aquém de suas obras magnas, como Sagarana e Grande Sertões: Veredas. No entanto, embora menor em sua bibliografia, não é descartável. Há excelentes poemas, entre outros não tão elaborados..., uma vez que a sua fascinante linguagem ainda não estava polida de tanta significância. Acostumado à sua incomparável prosa, quando conheci o livro, alguns poemas me pareceram convencionais. Depois, ao ler a sua “autocrítica”, vi que não era birra minha: "(...) escrevi um livro não muito pequeno de poemas, que até foi elogiado. Passaram-se quase dez anos, até eu poder me dedicar novamente à literatura. E revisando meus exercícios líricos, não os achei totalmente maus, mas tampouco muito convincentes." 

Aproveitando a data de 41 anos da primeira edição de Magma, lançado, pela Editora Nova Fronteira, 41 anos após a sua premiação, selecionei alguns poemas deste livro, para quatro postagens e um poema bônus, para homenagear este brasileiríssimo escritor João Guimarães Rosa, que nos deixou precocemente há 51 anos. Você que conheceu o Sono das Águas e apreendeu o sentido das cores Alaranjado, Verde, Amarelo e avaliou seus conceitos com Reportagem e admirou a sutileza de Riqueza, Pudor Estoico, Taumaturgo, Oração, hoje fica com a homenagem do grande escritor Carlos Drummond de Andrade a João Guimarães Rosa em Um Chamado João, (publicado no Correio da Manhã, em 22.11.1967, três dias após a morte súbita do escritor). A foto encontrei (sem autoria) na internet, apenas reeditei o posicionamento da assinatura do escritor.  



UM CHAMADO JOÃO
Carlos Drummond de Andrade

João era fabulista?
fabuloso?
fábula?
Sertão místico disparando
no exílio da linguagem comum?

Projetava na gravatinha
a quinta face das coisas,
inenarrável narrada?
Um estranho chamado João
para disfarçar, para farçar
o que não ousamos compreender?
Tinha pastos, buritis plantados
no apartamento?
no peito?
Vegetal ele era ou passarinho
sob a robusta ossatura com pinta
de boi risonho?

Era um teatro
e todos os artistas
no mesmo papel,
ciranda multívoca?
João era tudo?
tudo escondido, florindo
como flor é flor, mesmo não semeada?
Mapa com acidentes
deslizando para fora, falando?
Guardava rios no bolso,
cada qual com a cor de suas águas?
sem misturar, sem conflitar?
E de cada gota redigia nome,
curva, fim,
e no destinado geral
seu fado era saber
para contar sem desnudar
o que não deve ser desnudado
e por isso se veste de véus novos?

Mágico sem apetrechos,
civilmente mágico, apelador
de precípites prodígios acudindo
a chamado geral?
Embaixador do reino
que há por trás dos reinos,
dos poderes, das
supostas fórmulas
de abracadabra, sésamo?
Reino cercado
não de muros, chaves, códigos,
mas o reino-reino?
Por que João sorria
se lhe perguntavam
que mistério é esse?

E propondo desenhos figurava
menos a resposta que
outra questão ao perguntante?
Tinha parte com... (não sei
o nome) ou ele mesmo era
a parte de gente
servindo de ponte
entre o sub e o sobre
que se arcabuzeiam
de antes do princípio,
que se entrelaçam
para melhor guerra,
para maior festa?

Ficamos sem saber o que era João
e se João existiu
de se pegar.


Carlos Drummond de Andrade  (Itabira-MG, 31.10.1902 - Rio de Janeiro-RJ, 17.08.1987): cronista e escritor de prosa e verso, tradutor. Farmacêutico formado pela Universidade Federal de Minas Gerais, Carlos Drummond, que foi funcionário público, dedicou-se à literatura desde muito jovem. Aos 28 anos de idade lançou seu primeiro livro, Alguma Poesia (1930), e teve o poema Sentimental declamado na Conferência Poesia Moderníssima do Brasil, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Portugal. Considerado o mais influente poeta do Sec. XX, Drummond de Andrade foi colaborador do Diário de Minas (onde iniciou a sua carreira de escritor), Correio da Manhã e Jornal do Brasil. A sua obra foi traduzida para o inglês, espanhol, alemão, italiano, sueco, francês, holandês, chinês. Entre os autores que traduziu para o português estão Honoré de Balzac; Choderlos de Laclos; Marcel Proust; Federico García Lorca; François Mauriac; Thérèse Desqueyroux; Molière, Jean-Theodore Descourtilz; Maurice Maeterlinck; Knut Hamsun; Bertolt Brecht. Como a sua bibliografia é imensa e há farto material biográfico sobre o escritor na internet, sugiro: Templo Cultural Delfos: Carlos Drummond de Andrade - um poeta de alma e ofício; TCD: Carlos Drummond de Andrade - antologia poética; TCD: Carlos Drummond de Andrade - entrevista inédita: erotismo - poesia e psicanálise; Site Oficial: Carlos Drummond de Andrade; Folha de S.Paulo: A homossexualidade na vida e na obra de Carlos Drummond de Andrade; IMS: Carlos Drummond de Andrade; Revista Cult: Carlos Drummond de Andrade.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

João Guimarães Rosa: 5 Poemas Curtos


O ano de 2018 marca os 110 anos de nascimento de João Guimarães Rosa (Cordisburgo-MG: 27.06.1908 - Rio de Janeiro-RJ: 19.11.1967), um dos mais renomados escritores brasileiros. Autor de contos célebres presentes em livros como Sagarana (1946), Primeiras Histórias (1962), Tutameia (1967) e da obra-prima Grandes Sertões: Veredas (1956), antes de alcançar a linguagem coloquial sertaneja definitiva e nos deliciar com toda riqueza do falar regionalista, Guimarães Rosa enveredou pela poesia. Porém, mesmo premiado pela Academia Brasileira de Letras e com elogios do poeta Guilherme de Almeida (1890-1969), o seu livro de poema Magma (1936) foi considerado “pouco convincente” por ele: “O Magma, aqui dentro, reagiu, tomou vida própria, individualizou-se, libertou-se do meu desamor e fez-se criatura autônoma, com quem talvez eu já não esteja muito de acordo, mas a quem a vossa consagração me força a respeitar.” (em discurso de agradecimento ao prêmio, na ABL, em 1937).

João Guimarães Rosa não é o primeiro escritor a negar a própria obra. Magma (1936), que só foi publicado postumamente em 1977, realmente está aquém de suas obras magnas, como Sagarana e Grande Sertões: Veredas. No entanto, embora menor em sua bibliografia, não é descartável. Há excelentes poemas, entre outros não tão elaborados..., uma vez que a sua fascinante linguagem ainda não estava polida de tanta significância: "(...) escrevi um livro não muito pequeno de poemas, que até foi elogiado. Passaram-se quase dez anos, até eu poder me dedicar novamente à literatura. E revisando meus exercícios líricos, não os achei totalmente maus, mas tampouco muito convincentes." 

Aproveitando a data de 41 anos da primeira edição de Magma, lançado, pela Editora Nova Fronteira, 41 anos após a sua premiação, selecionei alguns poemas deste livro, para quatro postagens e um poema bônus, para homenagear este brasileiríssimo escritor João Guimarães Rosa, que nos deixou precocemente há 51 anos. Você que conheceu o Sono das Águas e apreendeu o sentido das cores Alaranjado, Verde, Amarelo e avaliou seus conceitos com Reportagem, hoje admira a sutileza de cinco poemas curtos: Riqueza, Pudor Estoico, Taumaturgo, Oração, Turismo Acidental. Amanhã a homenagem a Guimarães Rosa, será de Carlos Drummond de Andrade.


                

Riqueza
João Guimarães Rosa

Veio ao meu quarto um besouro
de asas verdes e ouro,
e fez do meu quarto uma joalharia...



Pudor Estoico
João Guimarães Rosa

Acuado entre brasas 
um escorpião volve o dardo
 
e faz o hara-kiri...



Taumaturgo
João Guimarães Rosa

Muitos bichos reunidos? : um jardim de Hagenbeck.
Ou, quem sabe, talvez, a Arca de Noé...
Mas um gênio os dirige? : um livro de Kipling...



Oração
João Guimarães Rosa

O louva-deus, ereto, num caule de junquilho,
reza, de mãos postas, com punhais cruzados,
como um bandido calabrês...



Turismo Sentimental
João Guimarães Rosa

Viajei toda a Ásia
ao alisar o dorso
da minha gata angorá...

*
ilustração: joba tridente.2018


João Guimarães Rosa (Cordisburgo, MG: 27.06.1908 - Rio de Janeiro, RJ: 19.11.1967): médico, diplomata, escritor brasileiro. A sua obra, de forte apelo regional, é ambientada no sertão brasileiro e nos brinda, linha a linha, com seu delicioso falar, cheio de sotaques e novos vocábulos. Guimarães Rosa foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 16.11.1967, e deveria ocupar a cadeira 2, de Álvares de Azevedo, não fosse a sua morte três dias depois, em 16.11.1967. Iniciou a carreira literária em 1929, com a publicação do conto O mistério de Highmore Hall, na revista O Cruzeiro. Dono de uma cultura invejável, com domínio de fala e leitura em várias línguas, dizia que “Estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e distração.” Recebeu os seguintes prêmios: Academia Brasileira de Letras pelo livro de poesia Magma; Prêmio Filipe d'Oliveira por Sagarana (1946); Prêmio Machado de Assis (do Instituto Nacional do Livro), Prêmio Carmen Dolores Barbosa (1956) e Prêmio Paula Brito (1957) pelo romance Grande sertão: Veredas; Prêmio do PEN Clube do Brasil (1963), para Primeiras estórias. Guimarães Rosas é autor de Magma (1936); Sagarana (1946); Com o Vaqueiro Mariano (1952); Corpo de Baile (1956); Grande Sertão: Veredas (1956); Primeiras Estórias (1962); Manuelzão e Miguilim (1964); Campo Geral (1964); No Urubuquaquá, no Pinhém (1965); Noites do sertão (1965); Tutaméia - Terceiras Estórias (1967); Estas Estórias (póstumo. 1969); Ave, Palavra (póstumo, 1970); Antes das Primeiras Estórias (póstumo, 2011). Há farto material na internet sobre Guimarães Rosa, portanto, para saber mais sobre um dos pioneiros do Realismo Fantástico no Brasil, sugiro: Templo Cultural Delfos: João Guimarães Rosa - o demiurgo do sertão; Templo Cultural Delfos: João Guimarães Rosa e o Magma - o poeta não cita: canta; Revista Prosa Verso e Arte: João Guimarães Rosa; Academia Brasileira de Letras: João Guimarães Rosa; USP - Banco de Dados Bibliográfico: João Guimarães Rosa; Instituto Moreira Sales: A João Guimarães Rosa por Maureen Bisilliat; Folha de S.Paulo: Memórias do diplomata João Guimarães Rosa; Revista Planeta: Centenário de João Guimarães Rosa; Memorial da Democracia: João Guimarães Rosa Reinventa a Linguagem; SciELO: A biblioteca alemã de João Guimarães Rosa; Clipping CACD: Entrevista com Guimarães Rosa; Sílvio José Stessuk: tese: Magma - Breviário de Rosa.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

João Guimarães Rosa: Reportagem

O ano de 2018 marca os 110 anos de nascimento de João Guimarães Rosa (Cordisburgo-MG: 27.06.1908 - Rio de Janeiro-RJ: 19.11.1967), um dos mais renomados escritores brasileiros. Autor de contos célebres presentes em livros como Sagarana (1946), Primeiras Histórias (1962), Tutameia (1967) e da obra-prima Grandes Sertões: Veredas (1956), antes de alcançar a linguagem coloquial sertaneja definitiva e nos deliciar com toda riqueza do falar regionalista, Guimarães Rosa enveredou pela poesia. Porém, mesmo premiado pela Academia Brasileira de Letras e com elogios do poeta Guilherme de Almeida (1890-1969), o seu livro de poema Magma (1936) foi considerado “pouco convincente” por ele: “O Magma, aqui dentro, reagiu, tomou vida própria, individualizou-se, libertou-se do meu desamor e fez-se criatura autônoma, com quem talvez eu já não esteja muito de acordo, mas a quem a vossa consagração me força a respeitar.” (em discurso de agradecimento ao prêmio, na ABL, em 1937).

João Guimarães Rosa não é o primeiro escritor a negar a própria obra. Magma (1936), que só foi publicado postumamente em 1977, realmente está aquém de suas obras magnas, como Sagarana e Grande Sertões: Veredas. No entanto, embora menor em sua bibliografia, não é descartável. Há excelentes poemas, entre outros não tão elaborados..., uma vez que a sua fascinante linguagem ainda não estava polida de tanta significância: "(...) escrevi um livro não muito pequeno de poemas, que até foi elogiado. Passaram-se quase dez anos, até eu poder me dedicar novamente à literatura. E revisando meus exercícios líricos, não os achei totalmente maus, mas tampouco muito convincentes." 

Aproveitando a data de 41 anos da primeira edição de Magma, lançado, pela Editora Nova Fronteira, 41 anos após a sua premiação, selecionei alguns poemas deste livro, para quatro postagens e um poema bônus, para homenagear este brasileiríssimo escritor João Guimarães Rosa, que nos deixou precocemente há 51 anos. Você que conheceu o Sono das Águas e apreendeu o sentido das cores Alaranjado, Verde, Amarelo, hoje avalia seus conceitos no comovente e desconcertante Reportagem.


                 

Reportagem
João Guimarães Rosa

O trem estacou, na manhã fria,
num lugar deserto, sem casa de estação:
a parada do Leprosário…

Um homem saltou, sem despedidas,
deixou o baú à beira da linha,
e foi andando. Ninguém lhe acenou…

Todos os passageiros olharam ao redor,
com medo de que o homem que saltara
tivesse viajado ao lado deles…

Gravado no dorso do bauzinho humilde,
não havia nome ou etiqueta de hotel:
só uma estampa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro…

O trem se pôs logo em marcha apressada,
e no apito rouco da locomotiva
gritava o impudor de uma nota de alívio…

Eu quis chamar o homem, para lhe dar um sorriso,
mas ele ia já longe, sem se voltar nunca,
como quem não tem frente, como quem só tem costas….

*
ilustração: foto e montagem de Joba Tridente.2018


João Guimarães Rosa (Cordisburgo, MG: 27.06.1908 - Rio de Janeiro, RJ: 19.11.1967): médico, diplomata, escritor brasileiro. A sua obra, de forte apelo regional, é ambientada no sertão brasileiro e nos brinda, linha a linha, com seu delicioso falar, cheio de sotaques e novos vocábulos. Guimarães Rosa foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 16.11.1967, e deveria ocupar a cadeira 2, de Álvares de Azevedo, não fosse a sua morte três dias depois, em 16.11.1967. Iniciou a carreira literária em 1929, com a publicação do conto O mistério de Highmore Hall, na revista O Cruzeiro. Dono de uma cultura invejável, com domínio de fala e leitura em várias línguas, dizia que “Estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e distração.” Recebeu os seguintes prêmios: Academia Brasileira de Letras pelo livro de poesia Magma; Prêmio Filipe d'Oliveira por Sagarana (1946); Prêmio Machado de Assis (do Instituto Nacional do Livro), Prêmio Carmen Dolores Barbosa (1956) e Prêmio Paula Brito (1957) pelo romance Grande sertão: Veredas; Prêmio do PEN Clube do Brasil (1963), para Primeiras estórias. Guimarães Rosas é autor de Magma (1936); Sagarana (1946); Com o Vaqueiro Mariano (1952); Corpo de Baile (1956); Grande Sertão: Veredas (1956); Primeiras Estórias (1962); Manuelzão e Miguilim (1964); Campo Geral (1964); No Urubuquaquá, no Pinhém (1965); Noites do sertão (1965); Tutaméia - Terceiras Estórias (1967); Estas Estórias (póstumo. 1969); Ave, Palavra (póstumo, 1970); Antes das Primeiras Estórias (póstumo, 2011). Há farto material na internet sobre Guimarães Rosa, portanto, para saber mais sobre um dos pioneiros do Realismo Fantástico no Brasil, sugiro: Templo Cultural Delfos: João Guimarães Rosa - o demiurgo do sertão; Templo Cultural Delfos: João Guimarães Rosa e o Magma - o poeta não cita: canta; Revista Prosa Verso e Arte: João Guimarães Rosa; Academia Brasileira de Letras: João Guimarães Rosa; USP - Banco de Dados Bibliográfico: João Guimarães Rosa; Instituto Moreira Sales: A João Guimarães Rosa por Maureen Bisilliat; Folha de S.Paulo: Memórias do diplomata João Guimarães Rosa; Revista Planeta: Centenário de João Guimarães Rosa; Memorial da Democracia: João Guimarães Rosa Reinventa a Linguagem; SciELO: A biblioteca alemã de João Guimarães Rosa; Clipping CACD: Entrevista com Guimarães Rosa; Sílvio José Stessuk: tese: Magma - Breviário de Rosa.


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