segunda-feira, 30 de março de 2015

Joba Tridente: Boca do Mundo


em tempos de ebulição um poema em convulsão

boca do mundo
Joba Tridente

na boca do mundo
noite e dia
entre dentes
dor ar dor

na língua mordida
a penitência...,
no lábio ferido
a persistência
....................................
desamada insistência
desalmada resistência  
desarmada paciência
....................................
amargo céu
da boca o desalento
na vala não vale
o siso
o ouro canino
dez troçando mil


*
Joba Tridente: Poema e Ilustração-2015

terça-feira, 24 de março de 2015

Silvio Romero: O Macaco e o Rabo

O Macaco e o Rabo é um dos contos de tradição oral presentes no livro Contos Populares do Brazil, compilados por Sylvio Roméro (Silvio Romero) e Theophilo Braga, Editora Nova Livraria Internacional, Lisboa, 1885. Apesar de recolhido por aqui, ele seria de origem europeia. Na edição, disponibilizada pela Brasiliana Digital, há duas versões, uma colhida em Sergipe e outra em Pernambuco. Sei lá, mas a versão pernambucana me parece tão pertinente nos dias de hoje...

  

O Macaco e o Rabo
(Pernambuco)

Uma ocasião achavam-se na beira de uma estrada um macaco e uma cotia e vinha passando na mesma estrada um carro de bois cantando. O macaco disse para a cotia: «Tira o teu rabo da estrada, senão o carro passa e corta.» Embebido nesta conversa, não reparou o macaco que ele é que corria o maior risco, e veio o carro e passou em riba do rabo dele e cortou. Estava um gato escondido dentro de uma moita, saltou no pedaço do rabo do macaco e correu. Correu também o macaco atrás, pedindo o seu pedaço de rabo. O gato disse: «Só te dou, si me deres leite.» — «Onde tiro leite?» disse o macaco. Respondeu o gato: «Pede à vaca.» O macaco foi à vaca e disse: «Vaca, dá-me leite para dar ao gato, para o gato dar-me o meu rabo.» — «Não dou; só si me deres capim.» disse a vaca. «D’onde tiro capim?» — «Pede à velha.» — «Velha, dá-me capim para eu dar à vaca, para a vaca dar-me leite, o leite para o gato para me dar o meu rabo.» — «Não dou; só si me deres uns sapatos.» — «D'onde tiro sapatos?» — «Pede ao sapateiro.» — «Sapateiro, dá-me sapatos para eu dar à velha, para a velha me dar capim para eu dar à vaca, para a vaca me dar leite para eu dar ao gato, para o gato me dar meu rabo.» — «Não dou; só si me deres seda.» — «D'onde tiro seda?» — «Pede ao porco.» — «Porco, dá-me seda para eu dar ao sapateiro, para me dar sapatos para dar á velha, para me dar capim para dar à vaca, para me dar leite para dar ao gato, para me dar o meu rabo.» — «Não dou, só si me deres chuva.» — «D'onde tiro chuva?» — «Pede às nuvens.» — «Nuvens, dai-me chuva para o porco, para dar-me seda para o sapateiro, para dar-me sapatos para dar à velha, para me dar capim para dar à vaca, para dar-me leite para dar ao gato, para dar meu rabo...» — «Não dou; só si me deres fogo.» — «D'onde tiro fogo?»— «Pede às pedras.» — « Pedras, dai-me fogo para as nuvens, para chuva para o porco, para seda para o sapateiro, para sapatos para a velha, para capim para a vaca, para leite para o gato, para me dar meu rabo.» — «Não dou; só si me deres rios.» — «D'onde tiro rios?» — «Pede às fontes.» — «Fontes, dai-me rios, os rios ser para as pedras, as pedras me dar fogo, o fogo ser para as nuvens, as nuvens me dar chuvas, as chuvas ser para o porco, o porco me dar seda, a seda ser para o sapateiro, o sapateiro fazer os sapatos, os sapatos ser para a velha, a velha me dar capim, o capim ser para a vaca, a vaca me dar o leite, o leite ser para o gato, o gato me dar meu rabo.» 
Alcançou o macaco todos os pedidos; o gato bebeu o leite, entregou o rabo; o macaco não quis mais, porque o rabo estava podre.

*
ilustração de Joba Tridente.2015

Sylvio Vasconcelos da Silveira Ramos Roméro (Lagarto, 21.04.1851 -18.06.1914): escritor, ensaísta, crítico literário, professor, filósofo. Roméro foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras em 1897 e escreveu para diversos jornais.  Sylvio Roméro é, entre outras obras, autor de: A poesia contemporânea e a sua intuição naturalista (1869); Contos do fim do século (1878); A filosofia no Brasil (1878); A literatura brasileira e a crítica moderna (1880);  Cantos Populares do Brasil - vol. 1 e 2 (1883); Contos Populares do Brasil (1885); História da literatura brasileira, 2v. (1888); A poesia popular no Brasil (1880);  Compêndio da História da Literatura Brasileira (1906). Informações sabre a edição: Portal Brasiliana USP.

sábado, 21 de março de 2015

Manuel Bandeira: Maçã

Gosto muito de Manuel Bandeira. Já publiquei aqui o seu antológico poema Trem de Ferro (1936). Agora, diretamente Antologia da Moderna Poesia Brasileira - Revista Acadêmica, 1939, edição da Brasiliana Digital-USP, de onde também se encontra a apresentação abaixo..., mais três poemas. Anteontem, Marinheiro Triste. Ontem, O Martelo. Hoje, Maçã.

Manuel Bandeira estreou tardiamente, aos 31 anos, com A Cinza das Horas, pequena coleção de poemas onde se revela ainda a dupla influência parnasiana e simbolista. Dois anos depois, em 1919, publica nova brochura Carnaval, em que, a par de alguns sonetos de caráter parnasiano, anteriores ou contemporâneos da Cinza das Horas, manifesta em outras poesias o cansaço das formas gastas, por ele satirizadas no poema "Os Sapos". Sente-se no poeta um desejo de novos ritmos, mais livres, mais fluidos ("Debussy", "Hiato", "Toante", "Sonho de uma terça-feira gorda", "Epílogo"). Em 1924 editou Bandeira as Poesias, em que reuniu a A Cinza das Horas, aumentada de muitos poemas da mesma época ("Carinho triste" é de 1912) e a Carnaval alguns poemas novos sob o título de O Ritmo Dissoluto. Nestes o poeta já aparece na feição mais ou menos definitiva que lhe é própria e que se confirma em duas publicações posteriores - Libertinagem (1930) e Estrela da Manhã (1936). Sente-se nos seus últimos versos uma certa predileção pelos metros curtos ("Vou-me embora p'ra Pasárgada", "Marinheiro triste", "Canção das Duas índias", "Trucidaram o rio", etc). Em 1937 fez o poeta uma seleção de seus versos - Poesias Escolhidas, Civilização Brasileira.


                 

M A Ç Ã
Manuel Bandeira

Por um lado te vejo como um seio murcho;
Pelo outro, como um ventre de cujo umbigo pende ainda
                                                               [o cordão placentário.

És toda vermelha, como o amor divino.

Dentro de ti, em pequenas pevides,
Palpita a vida prodigiosa,
Infinitamente.

E quedas tão simples
Ao lado de um talher
Num prato pobre de hotel.

*
Foto e ilustração de Joba Tridente.2015



Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (Recife, 19 de Abril de 1886 - Rio de Janeiro, 13 de Outubro de 1968). Professor de literatura, escritor, cronista, crítico literário, tradutor. Manuel Bandeira é autor, entre outros de: A Cinza das Horas (1917); Carnaval (1919); Os Sapos (1922); O Ritmo Dissoluto (1924); Libertinagem (1930); Estrela da Manhã (1936); Crônicas da Província do Brasil (1937), Lira dos Cinquent’anos (1940), O Bicho (1947); Belo, Belo (1948); Mafuá do Malungo (1948); Opus 10 (1952); Estrela da Tarde (960); Estrela da Vida Inteira (1966).

sexta-feira, 20 de março de 2015

Manuel Bandeira: O Martelo

Gosto muito de Manuel Bandeira. Já publiquei aqui o seu antológico poema Trem de Ferro (1936). Agora, diretamente Antologia da Moderna Poesia Brasileira - Revista Acadêmica, 1939, edição da Brasiliana Digital-USP, de onde também se encontra a apresentação abaixo..., mais três poemas. Ontem, Marinheiro Triste. Hoje, O Martelo. Amanhã, Maçã.

Manuel Bandeira estreou tardiamente, aos 31 anos, com A Cinza das Horas, pequena coleção de poemas onde se revela ainda a dupla influência parnasiana e simbolista. Dois anos depois, em 1919, publica nova brochura Carnaval, em que, a par de alguns sonetos de caráter parnasiano, anteriores ou contemporâneos da Cinza das Horas, manifesta em outras poesias o cansaço das formas gastas, por ele satirizadas no poema "Os Sapos". Sente-se no poeta um desejo de novos ritmos, mais livres, mais fluidos ("Debussy", "Hiato", "Toante", "Sonho de uma terça-feira gorda", "Epílogo"). Em 1924 editou Bandeira as Poesias, em que reuniu a A Cinza das Horas, aumentada de muitos poemas da mesma época ("Carinho triste" é de 1912) e a Carnaval alguns poemas novos sob o título de O Ritmo Dissoluto. Nestes o poeta já aparece na feição mais ou menos definitiva que lhe é própria e que se confirma em duas publicações posteriores - Libertinagem (1930) e Estrela da Manhã (1936). Sente-se nos seus últimos versos uma certa predileção pelos metros curtos ("Vou-me embora p'ra Pasárgada", "Marinheiro triste", "Canção das Duas índias", "Trucidaram o rio", etc). Em 1937 fez o poeta uma seleção de seus versos - Poesias Escolhidas, Civilização Brasileira.


                 

O   M A R T E L O
Manuel Bandeira

As rodas rangem na curva dos trilhos
Inexoravelmente
Mas eu salvei do meu naufrágio
Os elementos mais cotidianos.
O meu quarto resume o passado de todas as casas que habitei.
No meio da noite
No cerne duro da cidade
Me sinto protegido.
Do jardim do convento
Vem o pio da coruja.
Doce como um arrulho de pomba.
Sei que amanhã quando acordar
Ouvirei o martelo do ferreiro
Bater corajoso o seu cântico de certezas.

*
Ilustração de Joba Tridente.2015



Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (Recife, 19 de Abril de 1886 - Rio de Janeiro, 13 de Outubro de 1968). Professor de literatura, escritor, cronista, crítico literário, tradutor. Manuel Bandeira é autor, entre outros de: A Cinza das Horas (1917); Carnaval (1919); Os Sapos (1922); O Ritmo Dissoluto (1924); Libertinagem (1930); Estrela da Manhã (1936); Crônicas da Província do Brasil (1937), Lira dos Cinquent’anos (1940), O Bicho (1947); Belo, Belo (1948); Mafuá do Malungo (1948); Opus 10 (1952); Estrela da Tarde (960); Estrela da Vida Inteira (1966).

quinta-feira, 19 de março de 2015

Manuel Bandeira: Marinheiro Triste

Gosto muito de Manuel Bandeira. Já publiquei aqui o seu antológico poema Trem de Ferro (1936). Agora, diretamente da Antologia da Moderna Poesia Brasileira - Revista Acadêmica, 1939, edição da Brasiliana Digital-USP, de onde também se encontra a apresentação abaixo..., mais três poemas de mestre. Hoje, Marinheiro Triste. Amanhã, O Martelo. Depois de Amanhã, Maçã.

Manuel Bandeira estreou tardiamente, aos 31 anos, com A Cinza das Horas, pequena coleção de poemas onde se revela ainda a dupla influência parnasiana e simbolista. Dois anos depois, em 1919, publica nova brochura Carnaval, em que, a par de alguns sonetos de caráter parnasiano, anteriores ou contemporâneos da Cinza das Horas, manifesta em outras poesias o cansaço das formas gastas, por ele satirizadas no poema "Os Sapos". Sente-se no poeta um desejo de novos ritmos, mais livres, mais fluidos ("Debussy", "Hiato", "Toante", "Sonho de uma terça-feira gorda", "Epílogo"). Em 1924 editou Bandeira as Poesias, em que reuniu a A Cinza das Horas, aumentada de muitos poemas da mesma época ("Carinho triste" é de 1912) e a Carnaval alguns poemas novos sob o título de O Ritmo Dissoluto. Nestes o poeta já aparece na feição mais ou menos definitiva que lhe é própria e que se confirma em duas publicações posteriores - Libertinagem (1930) e Estrela da Manhã (1936). Sente-se nos seus últimos versos uma certa predileção pelos metros curtos ("Vou-me embora p'ra Pasárgada", "Marinheiro triste", "Canção das Duas índias", "Trucidaram o rio", etc). Em 1937 fez o poeta uma seleção de seus versos - Poesias Escolhidas, Civilização Brasileira.


     

MARINHEIRO  TRISTE
Manuel Bandeira

Marinheiro triste
Que voltas para bordo
Que pensamentos são
Esses que te ocupam?
Alguma mulher
Amante de passagem
Que deixaste longe
Num porto de escala?
Ou tua amargura
Tem outras raízes
Largas fraternais
Mais nobres mais fundas?
Marinheiro triste
De um país distante
Passaste por mim
Tão alheio a tudo
Que nem pressentiste
Marinheiro triste
A onda viril
De fraterno afeto
Em que te envolvi.
Ias triste e lúcido:
Antes melhor fora
Que voltasses bêbedo
Marinheiro triste!
E eu que para casa
Vou como tu vais
Para o teu navio,
Feroz casco sujo
Amarrado ao cais,
Também como tu
Marinheiro triste
Vou lúcido e triste.
Amanhã terás
Quando tu partires
O vento do largo
O horizonte imerso
O sal do mar alto!
Mas eu, marinheiro?
— Antes melhor fora
Que voltasse bêbedo

*
Ilustração de Joba Tridente.2015



Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (Recife, 19 de Abril de 1886 - Rio de Janeiro, 13 de Outubro de 1968). Professor de literatura, escritor, cronista, crítico literário, tradutor. Manuel Bandeira é autor, entre outros de: A Cinza das Horas (1917); Carnaval (1919); Os Sapos (1922); O Ritmo Dissoluto (1924); Libertinagem (1930); Estrela da Manhã (1936); Crônicas da Província do Brasil (1937), Lira dos Cinquent’anos (1940), O Bicho (1947); Belo, Belo (1948); Mafuá do Malungo (1948); Opus 10 (1952); Estrela da Tarde (960); Estrela da Vida Inteira (1966).

terça-feira, 17 de março de 2015

Mario de Andrade: Acalanto do Seringueiro

Há setenta anos morreu Mario de Andrade. Talvez, hoje em dia (?) seja um autor mais falado do que lido. Atropelando conceitos e ou audaciosamente lírico, Mario de Andrade sempre surpreenderá o leitor distraído. Como em mais duas postagens que farei aqui no Falas ao Acaso. Hoje, do livro Clan de Jabotí, publicado em 1927, o sensual Acalanto do Seringueiro. Ontem, em homenagem a Manuel Bandeira, o belo poema n°. 3 do "Rito do Irmão Pequeno”, de 1931. Os dois poemas encontrei em Antologia da Moderna Poesia Brasileira - Revista Acadêmica, 1939, edição da Brasiliana Digital-USP.


            

Acalanto do Seringueiro
Mario de Andrade

Seringueiro brasileiro,
Na escureza da floresta
Seringueiro, dorme.
Ponteando o amor eu forcejo
Pra cantar uma cantiga
Que faça você dormir.
Que dificuldade enorme!
Quero cantar e não posso,
Quero sentir e não sinto
A palavra brasileira
Que faça você dormir...
Seringueiro, dorme...

Como será a escureza
Desse mato virgem do Acre?
Como serão os aromas
A macieza ou a aspereza
Desse chão que é também meu?
Que miséria! Eu não escuto
A nota do uirapuru!...
Tenho de ver por tabela,
Sentir pelo que me contam,
Você, seringueiro do Acre.
Brasileiro que nem eu.
Na escureza da floresta
Seringueiro, dorme.

Seringueiro, seringueiro,
Queria enxergar você...
Apalpar você dormindo,
Mansamente, não se assuste,
Afastando esse cabelo
Que escorreu na sua testa.
Algumas coisas eu sei...
Troncudo você não é.
Baixinho, desmerecido,
Pálido, Nossa Senhora!
Parece que nem tem sangue.
Porém cabra resistente
Está ali. Sei que não é
Bonito nem elegante...
Macambúsio, pouco fala,
Não boxa, não veste roupa
De palm-beach... Enfim não faz
Um desperdício de coisas
Que dão conforto e alegria.

Mas porém é brasileiro,
"Brasileiro que nem eu...
Fomos nós dois que botamos
Pra fora Pedro II...
Somos nós dois que devemos
Até os olhos da cara
Pra esses banqueiros de Londres...
Trabalhar nós trabalhamos
Porém pra comprar as pérolas
Do pescocinho da moça
Do deputado Fulano.
Companheiro, dorme!
Porém nunca nos olhamos
Nem ouvimos e nem nunca
Nos ouviremos jamais...
Não sabemos nada um do outro,
Não nos veremos jamais!

Seringueiro, eu não sei nada!
E no entanto estou rodeado
Dum despotismo de livros,
Estes mumbavas que vivem.
'Chupitando vagarentos
O meu dinheiro o meu sangue
E não dão gosto de amor...

Me sinto bem solitário
No mutirão de sabença
Da minha casa, amolado
Por tantos livros geniais,
"sagrados", como se diz...
E não sinto os meus patrícios!
E não sinto os meus gaúchos!
Seringueiro dorme...
E não sinto os seringueiros
Que amo de amor infeliz...

Nem você pode pensar
Que algum outro brasileiro
Que seja poeta no sul
Ande se preocupando
Com o seringueiro dormindo.
Desejando pro que dorme
O bem da felicidade...
Essas coisas pra você
Devem ser indiferentes.
Duma indiferença enorme...
Porém eu sou amigo
E quero ver si consigo
Não passar na sua vida
Numa indiferença enorme.
Meu desejo e pensamento
    (... numa indiferença enorme...)
Ronda sob as seringueiras
    (... numa indiferença enorme...)
Numa amor-de-amigo enorme...

Seringueiro, dorme!
Num amor-de-amigo enorme
Brasileiro, dorme
Brasileiro, dorme.
Num amor-de-amigo enorme
Brasileiro, dorme.

Brasileiro, dorme,
Brasileiro... dorme...

Brasileiro...  dorme.

*
Ilustração de Joba Tridente



Mário Raul de Moraes Andrade (1893-1945) foi escritor, crítico literário, musicólogo, folclorista, ensaísta e um dos mais representativos e influentes autores no movimento modernista brasileiro A sua obra desconcertante ainda continua de vanguarda. Há, na web, um bocado de bom material biográfico sobre o autor. A sua bibliografia pode ser conferida na postagem anterior: O Poeta Come Amendoim.
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