sexta-feira, 24 de junho de 2016

Orlando Mendes: Noiva

Gosto muito deste poema de Orlando Mendes. Absurdamente lírico e comovente: Noiva. Ele foi publicado em Adeus Gutucumbui e o conheci na Antologia de Autores Africanos: Do Rovuma ao Maputo, organizada por Carlos Pinto Pereira, em 1999.



N O I V A
Orlando Mendes

Eu te daria frescas flores de laranjeira
para uma grinalda na carapinha desfrisada.

Eu te daria um colar de missangas coloridas
para uma cruz de outra carne a fogo marcada
sobre o seio esquerdo ao rasgar da virgindade.

Eu te daria um trevo de quatro folhas verdes
para que te nascesse o primeiro filho varão.

Eu te daria se não fosses a noiva de todos
fazendo bandeira com uma capulana garrida
às nove da noite naquela rua de areia suburbana.

Uma rosa encarnada se desfolha
na fonte do teu corpo em cada lua nova como
se fosses a virgem noiva a quem eu daria
flores de laranjeira, um colar e um trevo
que te darei talvez para usares quando não
puderes ser noiva de todos fazendo bandeira
às nove horas da noite naquela rua de areia.

*
Ilustração de Joba Tridente


Orlando Marques de Almeida Mendes (Ilha de Moçambique, 1916 - Maputo, 1990). Crítico Literário, poeta, romancista, dramaturgo. Influenciado pelo neorrealismo português, colaborou em diversos jornais moçambicanos e estrangeiros e produziu uma vasta obra literária: Trajectória (1940); Portagem (1966); Um minuto de Silêncio (1970); Adeus de Gutucumbui (1971); A Fome das Larvas (1975); Papá Operário mais Seis Histórias (1983); Sobre Literatura Moçambicana (1982). Recebeu os prêmios: Fialho de Almeida; Jogos Florais da Universidade de Coimbra (1946); Prémio de Poesia no concurso literário da Câmara Municipal de Lourenço Marques. Fonte: Infopédia

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Prece Navajo: Que envolto em Beleza caminhes

Em mais um momento iluminado, aqui no Falas ao Acaso, extasie-se com Que envolto em Beleza caminhes, uma Prece Navajo traduzida pelo escritor Marcílio Farias, que já nos presenteou com suas antológicas traduções de Thomas Merton e Ashraf Fayadh. A Prece Navajo, inédita em português, que Marcílio recebeu de seu Amigo Navajo John-Com-O-Sol-No-Peito..., que o ajudou na tradução e lhe disse que é a sua cara..., é recitada antes do sol nascer, nos Dias de Visão, pelos mais jovens Navajos de Tucson, Arizona, EUA.

Que envolto em Beleza caminhes, cuja autoria foi incorporada pela Natureza das Estações, foi escrita há mais de trezentos anos e prazerosamente recitada por Marcílio Faria em sua recente viagem aos Navajos!



Prece Navajo
Que envolto em Beleza caminhes
tradução de Marcílio Farias

Que envolto em Beleza caminhes
O dia inteiro dessa vida
Sem intervalo entre estações o
Ano inteiro

Que a Beleza sempre te
Possua corpo e alma
Mais os pássaros que tu vês
E as borboletas que te cercam ou

O caminho de flores e pólen onde andas
Com gafanhotos de ouro aos teus pés
Ou o orvalho nos teus braços
Ou a Beleza pela frente, por trás, por cima e todos os lados

Que a Beleza te cerque na juventude
Na velhice e em qualquer outra
Rota que persigas, que comeces,
Acabes, e recomeces sempre envolto em Beleza.

*
ilustração (foto e montagem) de Joba Tridente.2016


Marcílio Farias é formado e pós-graduado pela UnB (Universidade de Brasília) em Jornalismo, Cinema e Filosofia. Em 1989 emigrou para os Estados Unidos. Vive e trabalha entre Natal (Brasil) e Phoenix-Miami-Boston (EUA). Obras publicadas/poesia: Visual Field (1996), Watermark Press, MD, EUA; O Livro Cor de Triângulo Cor-de-Rosa (2007), e Rito para Ressuscitar um Elefante (2010), ambos pela Scortecci Editora, São Paulo, Brasil. Link: Currículo completo. Poemas publicados no Falas ao Acaso: Moebius; Mandala; Passado incômodo; (John); Diálogo visto de longe na Praça de Sé.

domingo, 19 de junho de 2016

Joba Tridente: VEN.ETA

Amanhã, 20.06.2016, às 19h34 (horário de Brasília, Brasil), terá início o inverno austral, no hemisfério sul. Noites mais longas e mais geladas. Muitos acreditam que a estação (que pede um café, um chá, um chocolate, uma sopa quente) é a mais propicia às reflexões sobre tudo..., até mesmo sobre as quatro estações. Talvez daí a anima de VEN.ETA.
  

V E N.E T A
   joba tridente

primavera:
o vento
espalha pólen
o poeta
espalha poema
        
        
verão:
o vento
espalha odores
o poeta
espalha ardores


outono:
o vento
espalha folhas
o poeta
espalha bulbos


inverno:
o vento
espalha neve
o poeta
espalha sal

*
JT: poema (2014) e ilustração (2016)



Joba Tridente em Verso: 25 Poemas Experimentais (1999); Quase Hai-Kai (1997, 1998 e 2004); em Antologias: Hiperconexões: Realidade Expandida (2015); 101 Poetas Paranaenses (2014); Ipê Amarelo, 26 Haicais; Ce que je vois de ma fenêtre - O que eu vejo da minha janela (2014); Ebulição da Escrivatura - 13 Poetas Impossíveis (1978); em Prosa: Fragmentos da História Antropofágica e Estapafúrdia de Um Índio Polaco da Tribo dos Stankienambás (2000); Cidades Minguantes (2001); O Vazio no Olho do Dragão (2001). Contos, poemas e artigos culturais publicados em diversos veículos de comunicação: Correio Braziliense, Jornal Nicolau, Gazeta do Povo, Revista Planeta, entre outros.

sábado, 18 de junho de 2016

Joba Tridente: Dias Passados

Como nem só de aflições vive um escritor..., estou publicando alguns poemas menos tensos e, digamos, com uma reflexão mais bucólica. Comecei com paisagem (2007). Passei por um cristalino olhar (2003). Hoje a lembrança é a de dias passados (2015)..., que levou anos para ser versificado! Um poema que está mais para a sublimação do que para a catarse de uma (bucólica) infância interior...



dias passados
joba tridente

dias passados - 1

o canto
que me chega
dolente
de um passado
interior
de um pássaro
interior
que não o sei
desde a infância


dias passados - 2

o canto
que me chega
como sol no viés
das três da tarde
sempre às três
de tardes amarelas
de tardes de ruas de terra
de tardes de baldios
catando vidro e ferro velho
e doces maria-preta


dias passados - 3

o canto
que me chega
d’entre prédios
é o anterior
d’entre árvores
que não o sei
que não o saberei
como não o soube
ontem
tampouco amanhã
se o me trouxer
novamente o vento

*
Joba Tridente: Poema e Ilustração (2015)



Joba Tridente em Verso: 25 Poemas Experimentais (1999); Quase Hai-Kai (1997, 1998 e 2004); em Antologias: Hiperconexões: Realidade Expandida (2015); 101 Poetas Paranaenses (2014); Ipê Amarelo, 26 Haicais; Ce que je vois de ma fenêtre - O que eu vejo da minha janela (2014); Ebulição da Escrivatura - 13 Poetas Impossíveis (1978); em Prosa: Fragmentos da História Antropofágica e Estapafúrdia de Um Índio Polaco da Tribo dos Stankienambás (2000); Cidades Minguantes (2001); O Vazio no Olho do Dragão (2001). Contos, poemas e artigos culturais publicados em diversos veículos de comunicação: Correio Braziliense, Jornal Nicolau, Gazeta do Povo, Revista Planeta, entre outros.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Joba Tridente: Cristalino Olhar

Como nem só de aflições vive um escritor..., estou publicando três poemas meus, digamos, com uma reflexão mais bucólica. Ontem foi dia de paisagem (2007). Hoje é a vez de um cristalino olhar (2003). Amanhã virão os dias passados (2015).



cristalino olhar
joba tridente

Feito céu em outro azul
Feito mar em outra cor
Feito cinza em outra luz

Espelho refletindo gestos

No oculto de cada palavra
No grito de cada pausa
No silêncio de cada fala

Topázio varando a fumaça

Feito fungo na rocha
Feito miosótis no tronco
Feito lembrança na tarde

*
Joba Tridente: Poesia (2003) e Ilustração (2013)


Joba Tridente em Verso: 25 Poemas Experimentais (1999); Quase Hai-Kai (1997, 1998 e 2004); em Antologias: Hiperconexões: Realidade Expandida (2015); 101 Poetas Paranaenses (2014); Ipê Amarelo, 26 Haicais; Ce que je vois de ma fenêtre - O que eu vejo da minha janela (2014); Ebulição da Escrivatura - 13 Poetas Impossíveis (1978); em Prosa: Fragmentos da História Antropofágica e Estapafúrdia de Um Índio Polaco da Tribo dos Stankienambás (2000); Cidades Minguantes (2001); O Vazio no Olho do Dragão (2001). Contos, poemas e artigos culturais publicados em diversos veículos de comunicação: Correio Braziliense, Jornal Nicolau, Gazeta do Povo, Revista Planeta, entre outros.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Joba Tridente: Paisagem

Como nem só de aflições vive um escritor..., hoje e nos próximos dois dias, três poemas meus, digamos, com uma reflexão mais bucólica: paisagem (2007); cristalino olhar (2003); dias passados (2015).



p a i s a g e m
joba tridente

a vida é que nem a noite
...e assim é com a semente no fruto
por mais que se faça escura
...e assim é com a semente na terra
sempre se chega à luz


(*)
Joba Tridente
poema (2007) e ilustração (2016)



Joba Tridente em Verso: 25 Poemas Experimentais (1999); Quase Hai-Kai (1997, 1998 e 2004); em Antologias: Hiperconexões: Realidade Expandida (2015); 101 Poetas Paranaenses (2014); Ipê Amarelo, 26 Haicais; Ce que je vois de ma fenêtre - O que eu vejo da minha janela (2014); Ebulição da Escrivatura - 13 Poetas Impossíveis (1978); em Prosa: Fragmentos da História Antropofágica e Estapafúrdia de Um Índio Polaco da Tribo dos Stankienambás (2000); Cidades Minguantes (2001); O Vazio no Olho do Dragão (2001). Contos, poemas e artigos culturais publicados em diversos veículos de comunicação: Correio Braziliense, Jornal Nicolau, Gazeta do Povo, Revista Planeta, entre outros.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Joba Tridente: Vento

... o breve vento é de um tempo em que escrever era muito mais que experimentar fugazes momentos bucólicos e lúdicos na concreta Brasília cinza-chumbo setentista ...
  

v  e  n  t  o
joba tridente


corre......................
a menina ao vento
......................corre
na menina o vento
escorre..................

*
JT: poema (1975) e ilustração (2010)



Joba Tridente em Verso: 25 Poemas Experimentais (1999); Quase Hai-Kai (1997, 1998 e 2004); em Antologias: Hiperconexões: Realidade Expandida (2015); 101 Poetas Paranaenses (2014); Ipê Amarelo, 26 Haicais; Ce que je vois de ma fenêtre - O que eu vejo da minha janela (2014); Ebulição da Escrivatura - 13 Poetas Impossíveis (1978); em Prosa: Fragmentos da História Antropofágica e Estapafúrdia de Um Índio Polaco da Tribo dos Stankienambás (2000); Cidades Minguantes (2001); O Vazio no Olho do Dragão (2001). Contos, poemas e artigos culturais publicados em diversos veículos de comunicação: Correio Braziliense, Jornal Nicolau, Gazeta do Povo, Revista Planeta, entre outros.

domingo, 12 de junho de 2016

Joba Tridente: Serpente

Hoje, um poema que escrevi há exatos 40 anos. Afiando a língua e o verbo: Serpente..., de um tempo em que me alimentava de pão integral, frutas, chá de camomila e mel...



S E R P E N T E
Joba Tridente
a Paulo Kronemberger


habitou a minha cabeça
alguns dias
uma serpente

minha cabeça estava vazia
a serpente veio
trouxe muitas imagens
entre elas a de mim
morto

no deserto vivia um escaravelho
que também queria habitar a minha cabeça
mas temia a serpente

ao escaravelho
perguntei porque a serpente habitava
a cabeça de um SER TODO DE NADA
e ele me respondeu que era porque
a serpente era o NADA DE TODO SER

um dia a serpente foi embora
e levou todas as imagens

um dia o escaravelho foi embora
e levou todas as imagens

fiquei apenas eu
vago num deserto infinito


*
Joba Tridente: 10.06.1976
in Exidílio: os fragmentos de quatro estações e considerações finais
foto e montagem de JT: 2012


Joba Tridente em Verso: 25 Poemas Experimentais (1999); Quase Hai-Kai (1997, 1998 e 2004); em Antologias: Hiperconexões: Realidade Expandida (2015); 101 Poetas Paranaenses (2014); Ipê Amarelo, 26 Haicais; Ce que je vois de ma fenêtre - O que eu vejo da minha janela (2014); Ebulição da Escrivatura - 13 Poetas Impossíveis (1978); em Prosa: Fragmentos da História Antropofágica e Estapafúrdia de Um Índio Polaco da Tribo dos Stankienambás (2000); Cidades Minguantes (2001); O Vazio no Olho do Dragão (2001). Contos, poemas e artigos culturais publicados em diversos veículos de comunicação: Correio Braziliense, Jornal Nicolau, Gazeta do Povo, Revista Planeta, entre outros.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Poesia Aleatória: Lar Anália Franco - 2004

A Oficina de Poesia Aleatória - Reciclando a Palavra, que criei há uns 20 anos, trabalha a sensibilização do oficinando através da palavra a ser reciclada e repensada em seu significado antes da construção de um poema. Um exercício prático e útil (também na valorização e ampliação do vocabulário) da alfabetização à pós-graduação. Eis alguns resultados de Oficinas de Poesia Aleatória realizadas em 2013: PA - Colombo, PA - Iguaraçú, PA - Ângulo, PA - Centenário do Sul, Projeto Letramento UFPR: PA-1, PA-2, PA-3, PA-4 (no PA-4 há links para as outras três postagens).

Já perdi a conta de quantas Oficinas Literárias de Haikai Sem Compromisso e de Poesia Aleatória - Reciclando a Palavra, entre outras, já trabalhei e o número de crianças, jovens, adultos oficinandos que delas participaram. Cada Oficina é única, com os oficinandos produzindo frases ou mensagens, poemas de versos quebrados ou bons poemas curtos, sinalizando suas carências, desejos e rebeldia. Tudo é válido nessa fase inicial, já que a maioria jamais escreveu um poema e ainda não tem noção do banco de palavras necessário para qualificar suas manifestações poéticas..., que serão aperfeiçoadas conforme o número de exercícios individuais e ou coletivos e o envolvimento (viciante) com a palavra.

Entre as Oficinas que continuam vivas na minha memória, está a de Poesia Aleatória - Reciclando a Palavra que orientei para crianças (com idade entre 7 e 12 anos) do Lar Anália Franco (que abriga, inclusive, jovens em situação de risco, encaminhados pela Vara da Infância e da Juventude), em Londrina-PR, durante o evento Projetos de Maio, do 37º. FILO - Festival Internacional de Teatro de Londrina, em 2004.

Alguns participantes ainda não dominavam o alfabeto ou estavam em recuperação escolar. O resultado (emocionante) da Oficina, além de merecer matéria na mídia impressa e televisiva, foi exposto numa fantástica instalação (veja as fotos). Leia alguns textos selecionados e compreenda o que eu quis dizer com desabafos sinalizadores de carência, desejos e rebeldia.

  

R  O  B  S  O  N

blá, blá, blá, blá, blá....
deixa-me
de coração bravo!


......

D  I  L  M  A

para entrar
SILÊNCIO
adeus
dor de cabeça vermelha


......

H  E  L  I  T  O  N

1
fuja da tristeza
até debaixo d’água


2
as criança são lindas
e todo mundo é afro
por natureza


......

K  A  R  E  N

1
nasci para ser rei

minha cabeça
é para momentos elegantes

minha pátria
é o mundo


......

C  L  E  I  S  O  N

1
 não sabia
que tinha prova
blá, blá, blá, blá...
B A N G!


2
o mundo
abençoado
para a gente
ver o dia
sonhando


......

B  I  A  N  C  A

1
que estrela
teria liberdade de escolha
de um amor?

pode ser sempre
dupla paixão
mesmo!


2
no domingo
fui ao shopping
blá, blá, blá, blá...
sobrevivência mundial

 *

Foto: Luiz Guaíra: Instalação com portas de geladeira - FILO-2004

copia (xerox) de alguns poemas


JOBA TRIDENTE, Oficineiro Cultural há 21 anos (1995-2015): Hai-Kai Sem Compromisso; Assim Nasce um Jornal; Contando Histórias - A Arte de Escrever; Poética-Postal; Arte-Postal; InterAtividade; Poesia Aleatória - Reciclando a Palavra; A Arte de Contar Histórias; Bonecos Animados utilizando Material Reciclável; Contando Histórias com Bonecos Animados; Edite o seu Livro; Brinquedos de Longa Vida; Dobra Desdobra Dobra um Avião; Formação de Contadores de História; Brinquedos que se faz Brincando; 1001 Reutilizações da Embalagem de Pizza; Ouvido de Poesia de Ouvido; Exercitando o Olhar. Atendendo: Fundações Culturais; Secretarias de Estado da Cultura e da Educação do Paraná; Secretaria de Estado da Criança e da Juventude do Paraná; Secretarias Municipais de Educação; Secretaria Especial de Relações com a Comunidade; Teatro Guaíra; UFPR; UEPG-PR; MIS-PR; SESC-PR. Produtos: livros de poesia e de contos; jornais experimentais; exposições fixas e itinerantes de arte e de poesia; espetáculos de Teatro de Bonecos. Projetos Culturais: Semana Literária do SESC; BiblioSESC; Ação Integrada para o Letramento/UFPR; Biblioteca Viva Itinerante; Ligado na Cultura; Balaio de Histórias;  SER;  Livros à Mão Cheia; Festival de Inverno/UFPR; FERA; Paraná em Ação; Educação Com Ciência; Águas de Março; Paranização/Teatro Guaíra; Paraná Fazendo Arte; Projeto Mutirão Cultural; Comboio Cultural.
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