..., os dias me
ardem nos meus gritos contidos. ..., os dias me ardem nos meus gritos imprimidos.
..., os dias me ardem a cada notícia soturna que se espalha pelo ar feito pedúnculo
de dente-de-leão em busca de solo útil para se proliferar. ..., os dias me
ardem, como em muitos brasileiros. 
..., embora cegue
cidadãos pelo caminho, a mim a ardência faz seguir em busca de lúmen real, e
não de ouro de tolo. ..., em minha catarse tenho cometido poemas desesperados. ...,
assombrado pelas quadrilhas politiqueiras, a minha poesia entrou em crise. ..., enredado nas mídias antissociais, tremo a
minha crase por quatro vezes, nesse
dia 06 de junho do ano desgraçado de 2017. ..., não espere que o galo cante.
..., ele foi degolado há muito tempo!
poesia em crise: crase - 1
joba tridente.04.06.2017
os dias são assim
do bolso do povo
  só logOFF
pro bolso do político
    só loGIN
assim são os dias
                    ..., logOUT! 
                               ..., log OUT! 
                                           ..., OUT!
                                               ...,
O U T!!!!!!!
poesia em crise: crase - 2
joba tridente.04.06.2017
na
rua...,
     black   block
     white  block
     red
      block
    
blue     block
     yellow block
               .……........................
    
a quem  interessa
    
destituir   a noção 
    
deteriorar a nação
                     ..., na rua?
poesia em crise: crase - 3
joba tridente.04.06.2017
um diaBO
        lá fora
        : diaBRURA
        : diaBÓLICO
        : diaRREIA
        : diaLELO
        lá dentro
um diaNJO
poesia em crise: crase - 4
joba tridente.04.06.2017
ao político 
 : dá-me!
O desaFORO
privilegiado
................................. 
ao cidadão
 : me-dá!
O desaFORO
aprisionado
*
ilustração.joba.tridente.2017
Joba Tridente,
artesão de palavras e imagens em Verso : 25 Poemas  Experimentais (1999); Quase  Hai-Kai (1997, 1998 e 2004); em Antologias: Hiperconexões: Realidade Expandida – Sangue e Titânio (2017); Hiperconexões: Realidade Expandida (2015);
101 Poetas Paranaenses (2014); Ipê Amarelo, 26 Haicais; Ce que je vois de ma fenêtre - O que eu vejo
da minha janela (2014); Ebulição da
Escrivatura - 13 Poetas Impossíveis (1978); em Prosa: Fragmentos  da História 
Antropofágica e Estapafúrdia  de Um  Índio  Polaco  da Tribo  dos
Stankienambás (2000); Cidades 
Minguantes (2001); O Vazio  no Olho 
do Dragão (2001). Contos , poemas  e artigos 
culturais publicados em diversos veículos de comunicação: Correio  Braziliense, Jornal  Nicolau, Gazeta  do Povo ,
Revista  Planeta ,
entre outros.
 


 
