quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Joba Tridente: Calcinha Rosinha

Em 2012/2013 o escritor francês Jean Foucault passou uma temporada no Brasil, mais precisamente em Curitiba, Paraná, orientando oficinas de poesia e de tradução literária. O seu contado com autores locais resultou no livro Ce que je vois de ma fenêtre / O que eu vejo da minha janela, da Édicions Corps Puce..., onde compareço com o poema eroticamente lúdico e ou ludicamente erótico Calcinha Rosinha.



CALCINHA ROSINHA
Joba Tridente

1
caiu do céu
a calcinha de florzinha
rosinha

caiu e ficou
fincada nas farpas
do arame
balangando ao vento
aos olhos dos vizinhos
velhos com seus velhos olhos
sem saber a dona

2
caiu a calcinha rosinha
estranho ninho
assustando os passarinhos

3
balanga pra lá
desbotando as florzinhas
rosinhas

balanga pra cá
sem dona
a calcinha

4
a chuva molha
o vento lambe
a poeira emporcalha
as bitucas furam
a calcinha
que resiste

... não mais inocente

*
JT: Foto (2012) e Ilustração (2016)



Joba Tridente em Verso: 25 Poemas Experimentais (1999); Quase Hai-Kai (1997, 1998 e 2004); em Antologias Poéticas: Hiperconexões: Realidade Expandida (2015); 101 Poetas Paranaenses (2014); Ipê Amarelo, 26 Haicais; Ce que je vois de ma fenêtre - O que eu vejo da minha janela (2013); Ebulição da Escrivatura - 13 Poetas Impossíveis (1978); em Prosa: Fragmentos da História Antropofágica e Estapafúrdia de Um Índio Polaco da Tribo dos Stankienambás (2000); Cidades Minguantes (2001); O Vazio no Olho do Dragão (2001). Contos, poemas e artigos culturais publicados em diversos veículos de comunicação: Correio Braziliense, Jornal Nicolau, Gazeta do Povo, Revista Planeta, entre outros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...