..., aturdido sigo eu também tentando decifrar a
Esphinge Ignóbil que se assentou no país com seu séquito desvairado e cuja fome
capital a faz devorar nossa ordem. ..., dormir e acordar com o mesmo palavreado
chantagista é pesadelo sem fim. ..., regurgito minha catarse a cada insanidade
sociopolítica e judicial que me estapeia. ..., nem sempre é fácil desembaraçar
as palavras. ..., com auto.ri.dade,
a primeira letra foi colocada em 29.06.2017 e a última em 15.08.2017.
auto.ri.da.de
joba.tridente
você é alto e móvel
mas não é automóvel
por tanto que fez feder
enfia a chave
no teu orifício de particularidades
igniza-te e dê
marcha a ré
: marcha réu
desta garagem
insólita e sombria
: emburra
com a barrica
de cifras e regalias
: empurra
com a barriga
de impropérios
tua gene podre
pra gruta que te pariu
: chafurda
tua militância pateta
de curral em curral
..., enquanto a comédia não finda
: compartilha
a lavagem em cada instância
de barganha política
..., enquanto a tragédia não finda
: troça caro o arrego
na honra que jamais terá
..., no palco em que a retórica não
para
de girar
na hora do arrimo
o ponto gritará:
- teu nome vão
é o que te presta
importância?
na hora do arrocho
o coro gritará:
- teu
nome vão
é o que te funesta!
na hora do arrimo
o ponto gritará:
- teu nome vão
é o que te empresta
importância?
na hora do arrocho
o coro gritará:
- teu
sobrenome
é o que te trai
no mourão genealógico
da família que te apadrinha!
........................
: ver-te víbora,
verter mentiras fendidas
na infinitude da providencial cegueira
do não sssssssssei
: ver-te verme,
vermicular proselitismo
na gastura de vomitivas farsas
neste brasil que rola feito barril
se tudo é burro
no teu cinismo prolixo
se tudo é carga
na tua cobiça maçante
..., só acendendo o pavio!
*
foto de joba tridente.2016
Joba Tridente,
artesão de palavras e imagens em Verso : 25 Poemas Experimentais (1999); Quase Hai-Kai (1997, 1998 e 2004); em Antologias: Hiperconexões: Realidade Expandida – Sangue e Titânio (2017); Hiperconexões: Realidade Expandida (2015);
101 Poetas Paranaenses (2014); Ipê Amarelo, 26 Haicais; Ce que je vois de ma fenêtre - O que eu vejo
da minha janela (2014); Ebulição da
Escrivatura - 13 Poetas Impossíveis (1978); em Prosa: Fragmentos da História
Antropofágica e Estapafúrdia de Um Índio Polaco da Tribo dos
Stankienambás (2000); Cidades
Minguantes (2001); O Vazio no Olho
do Dragão (2001). Contos , poemas e artigos
culturais publicados em diversos veículos de comunicação: Correio Braziliense, Jornal Nicolau, Gazeta do Povo ,
Revista Planeta ,
entre outros.
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