sexta-feira, 9 de julho de 2021

Literatura Sem Mordaça / Sin Mordaza


 SEM MORDAÇA / SIN MORDAZA

a excelência da palavra feminina

la excelencia de la palabra feminina

 

..., dos primórdios da civilização, ainda não se sabe quem pré-dominava quem. dos primeiros rascunhos da história humana, especula-se um matriarcado..., que não se sabe como teria sucumbido, de corpo e mente, ao predominante patriarcado e sua generalização coletiva do “O”, independente da concordância numérica. porém, é da natureza das coisas terrestres, tudo o que foi ocultado um dia emerge das entranhas do templo humano que cega, que ensurdece, que cala todo verbo divergente. assim, já não surpreende que, em todo canto arredondado do mundo, arqueólogas (os) do conhecimento têm trazido a lume vozes literárias femininas, cuja palavra (outrora cancelada), ao reverberar (hoje) a pertinência das suas dores, angústias e amores, anda fazendo os leitores (e até leitoras!) reverem seus conceitos de leitura. 

Lançada recentemente, a Antologia Bilíngue de Poesia Contemporânea Sem Mordaça / Sin Mordaza, com organização, apresentação e tradução de Caridad Atencio e Christina Ramalho une, em edição (PDF) online e gratuita, as vozes insurgentes de 33 escritoras: 17 brasileiras e 16 cubanas. Destas, selecionei sete autoras do Brasil: Aglacy Mary, Ana de Santana, Carmen Moreno, Christina Ramalho, Conceição Evaristo, Eliane Potiguara, elimacuxi, Helena Parente Cunha, Leda Miranda Hühne, Maria Lúcia Dal Farra, Marilia Kubota, Marize Castro, Noelia Ribeiro, Raquel Naveira, Renata de Castro, Rosângela Trajano, Tatiana Pequeno..., e sete autoras de Cuba: Caridad Atencio, Charo Guerra, Dalila León, Dolores Labarcena, Georgina Filomena Herréra Cárdenas, Julia Cabalé, Legna Rodríguez Iglesias, Leyla Leyva Lima, Lina de Feria, Martha Luisa Hernández Cadenas, Maylan Álvarez Rodríguez, Nara Mansur Cao, Teresa Fornaris, Yanira Marimón, Yenys Laura Prieto Velazco, Zurelys López Amaya..., para duas postagens. Uma seleção nada fácil, dada a intensidade poética de cada uma das trinta e três narradoras de diferentes espaços geográficos, gerações literárias, visões estéticas e recortes temáticos. 

A ideia deste livro nasceu no dia 22 de fevereiro de 2019, à tarde, na Casa de Las Américas, em Havana, Cuba, onde ocorria a 29ª. versão do Colóquio Internacional Expectativas, logros y desengaños del nuevo milenio en la historia y la cultura de mujeres latinoamericanas y caribenhas. Naquele dia, na seção de comunicações da parte da tarde, uma poeta e pesquisadora cubana, Caridad Atencio, falava sobre poesia cubana contemporânea de autoria feminina. Entre os/as ouvintes, outra pesquisadora e poeta, a brasileira Christina Ramalho. Quando Caridad Atencio mencionou o fato de estar em processo de organização de uma antologia para reunir a produção sobre a qual falava, enfatizando a questão da violência de gênero, surgiu a proposta de Ramalho: “Por que não um projeto a quatro mãos, envolvendo Cuba e Brasil? (...) Naquele momento, a figura aguda e determinada de Christina Ramalho, poeta e acadêmica brasileira, me ofereceu, com um convite de trabalho em parceria, a possibilidade de realizar tal antologia, que é a que você lerá: um livro sobre poesia contemporânea escrita por mulheres, sobre (e contra) a violência de gênero ou com temática relacionada, em Cuba e no Brasil. (...) Revelam-se, nessas criações, o modo como nos qualificamos juntamente com a forma como somos vistas, formando, talvez, uma bipolaridade perfeita e, às vezes, doentia. Ainda não escapa à afinação, penetração e sensibilidade dessas escritoras o fazer saber que, embora seja a mãe, e muitas vezes também a mulher, uma instituição da família e da casa, ela é considerada um ser de segunda ordem. (...) Com o talento que lhes é próprio, cada uma das poetas, que nos enviou seus textos, borda desenhos dessa realidade. Em alguns casos, a temática da violência de gênero se recolhe de metáforas e de outras figurações sutis. Em outros, retratos do cotidiano deixam escapar marcas das inscrições patriarcais que permanecem em nossa realidade. Em outros ainda, surge o enfrentamento direto – mas esteticamente trabalhado – às situações violentas às quais as mulheres são submetidas. 

La idea de este libro nació el 22 de febrero de 2019, por la tarde, em la Casa de Las Américas, en La Habana, Cuba, donde tuvo lugar el 29ª. versión del Coloquio Internacional Expectativas, logros y desengaños del nuevo milenio en la historia y la cultura de mujeres latinoamericanas y caribeñas. Ese día, en la sección de comunicaciones de la tarde, una poeta e investigadora cubana Caridad Atencio habló sobre la poesía cubana contemporánea escrita por mujeres. Entre los oyentes estaba, outra investigadora y poeta, la brasileña Christina Ramalho. Cuando Caridad Atencio mencionó el hecho de que estaba comenzando a organizar una antología para reunir la producción de la que estaba hablando, enfatizando en el tema de la violencia de género, surgió la propuesta de Ramalho: “¿Por qué no un proyecto en cuatro manos que involucre a Cuba y Brasil? (...) En ese momento la figura espigada y decidida de Christina Ramalho, poeta y académica brasileña, me ofreció la posibilidad de llevar a cabo tal antología, que es la que ustedes leen: un libro sobre la poesia escrita por mujeres recientemente, contra la violencia de género, em Cuba y Brasil. (...) Resaltan en estas creaciones la manera em la que nos autocalificamos junto a la forma en que nos ven, formando acaso una bipolaridad perfecta, y a ratos, enfermiza. Aunque no escapa a la afinación, penetración y sensibilidad de estas escritoras el hacer saber que, pese a que es la madre, y muchas veces también la mujer, una institución en la familia y en la casa, es considerada un ser de segundo orden. (...) Con su propio talento, cada una de las poetas que nos envió sus textos encarna dibujos de esa realidad. En algunos casos, el tema de la violencia de género se basa en metáforas y otras figuraciones sutiles. En otros, los retratos de la vida cotidiana revelan marcas de inscripciones patriarcales que permanecen en nuestra realidad. En otros, hay una confrontación directa, pero estéticamente trabajada, con las situaciones violentas a las que están sometidas las mujeres. 

Dos excelentes textos de apresentação de Caridad Atencio e Christina Ramalho, destaquei acima apenas alguns trechos que me pareceram importantes para situar a leitora e o leitor no processamento da antologia Sem Mordaça / Sin Mordaza. Leia, na edição online e gratuita em PDF, as considerações integrais das duas organizadoras. Link: Escritoras Cubanas.

 

SEM MORDAÇA / SIN MORDAZA

a excelência da palavra feminina

la excelencia de la palabra feminina 

******* 

ilustrações: Joba Tridente.2021

foto: Christina Ramalho/Coleção Africana - Museu do Louvre. 2018

 











: CHRISTINA RAMALHO


Sangue abstrato

Sangro.

Logo não sangrarei mais.

E no sangue que sangrei

ficarão poças de espasmos

dores ancestrais

e reinventadas

pelas dobraduras do tempo.

Parte da mulher

partirá como a porcelana

que cumpre

inexorável destino

de tombar da prateleira

onde a vida reteve

a fecundidade do jardim.

 

Outra parte

renascerá dos cacos

japonesamente resgatada

não na capacidade de ser pólen

mas na tenacidade perene

da flor que vai além

de pétalas e corola,

flor

que por ser infinita

extrapola

o signo imposto

de só ser flor

na existência da abelha

ou na do beija-flor.

 

Sangro.

Logo não mais sangrarei.

E o que era sangue,

rosário com que me vestiram,

será o perfume santo

que perpetua no espaço

a impermanente permanência

da flor que o mundo esmaga

e que a força viva da mulher

resgata com o sangue

contínuo e abstrato

de sua existência concreta.

(In: fio de teNsão, 2018)

 


******* 

Sangre abstracta

Sangro.

Pronto ya no sangraré más.

Y en la sangre que yo sangré

quedarán charcos de espasmos

dolores ancestrales

y reinventadas

por los pliegues del tiempo.

Parte de la mujer

partirá como la porcelana

que cumple

el inexorable destino

de tumbarse del estante

donde la vida retuvo

la fecundidad del jardín.

 

Otra parte

renacerá de las piezas

“japonesamente” rescatadas

no en la capacidad de ser polen

pero en la tenacidad perenne

de la flor que va más allá

de pétalos y corola,

flor

que siendo infinita

extrapola

el signo impuesto

de sólo ser flor

en la existencia de la abeja

o la del colibrí.

 

Sangro.

Pronto no sangraré más.

Y lo que era sangre,

el rosario con que me vistieron,

será el perfume santo

que perpetúa en el espacio

la impermanente permanencia

de la flor que el mundo aplasta

y que la fuerza viva de la mujer

rescata con la sangre

continua y abstracta

de su existencia concreta.

(In: fio de teNsão, 2018)

 

 











: CONCEIÇÃO EVARISTO


Da menina, a pipa

Da menina a pipa

e a bola da vez

e quando a sua íntima

pele, macia seda, brincava

no céu descoberto da rua

um barbante áspero,

másculo cerol, cruel

rompeu a tênue linha

da pipa-borboleta da menina.

 

E quando o papel

seda esgarçada

da menina

estilhaçou-se entre

as pedras da calçada

a menina rolou

entre a dor

e o abandono.

 

E depois, sempre dilacerada,

a menina expulsou de si

uma boneca ensanguentada

que afundou num banheiro

público qualquer.

(In: Poemas da recordação e outros movimentos, 2011)

 


*******

La niña, la cometa

De la niña la cometa

y la pelota de la vez

y cuando su intima

piel, suave seda, jugueteada

en el cielo desnudo de la calle

una cuerda áspera

varonil cerol1, cruel

rompió la delgada línea

de cometa-mariposa de la niña.

 

Y cuando el papel

seda deshilachada

de la niña

astillado entre

las piedras de la acera

la niña rodó

entre el dolor

y el abandono.

 

Y luego, siempre destrozada,

la niña la echó de sí

una muñeca ensangrentada

que se hundió en un baño

público cualquier.

(In: Poemas da recordação e outros movimentos, 2011)

Nota: 1. El cerol es uma mezcla de pegamento y vidrio esmerilado

que va en la línea de la cometa para que otra cometa se pueda cortar en el cielo.

 

 











: elimacuxi


Para sua hipocrisia, com um beijo

você viu?

a guerra anda beijando a terra

explodindo criança, velho, igreja, homem, mulher

você viu?

 

você viu?

a ganância beijando o ambiente

desfazendo rio, planta, morro, mamífero, serpente

 

você viu?

a chuva beijou a família venezuelana

que na BR 174 caminhava novas trilhas

em busca de boas vistas

e, quem sabe, com comida

um novo prato...

 

você viu?

a miséria beijando o estômago dos meninos

e distribuindo-os pelos sinais,

vulneráveis e franzinos

você viu?

 

você viu?

todo dia há corpos esburacados

e buracos no asfalto e nas consciências

a violência beija as meninas

arrancando pele,

rompendo ossos

você viu?

 

você viu

que no hospital

a má fé dos poderosos beija a todos

com seu atraso

e em plena agonia,

sem leitos nem materiais

sobram soberbos os beijos do descaso?

 

você viu?

Hein? Você! Você viu?

Não me diga que você é daquelas

que só vê, se horroriza e comove

com beijos de amor gay

nas novelas.

 


******* 

Para tu hipocresía con un beso

¿has visto?

la guerra ha estado besando la tierra

explotando niño, viejo, iglesia, hombre, mujer

¿has visto?

 

¿has visto?

la avaricia besando el ambiente

deshaciendo río, planta, colina, mamífero, serpiente

 

¿has visto?

la lluvia besó a la familia venezolana

que en BR 174 recorría nuevos senderos

en busca de buenas vistas

y, ¿quién sabe?, con comida

un nuevo plato ...

 

¿has visto?

la miseria besando el estómago de los chicos

y distribuyéndolos por las señales,

vulnerables y delgadas

¿has visto?

 

¿has visto?

todos los días hay cuerpos llenos de baches.

y agujeros en el asfalto y en las conciencias.

la violencia besa las chicas

tirando de la piel,

rompiendo huesos

¿has visto?

 

¿has visto?

que en el hospital

la mala fe de los poderosos besa a todos

con su retraso

y en plena agonía,

sin camas ni materiales

¿quedan soberbios los besos del desprecio?

 

¿has visto?

¡Eh Tú! ¿Has visto?

No me digas que eres una de esas

que solo ve, se horroriza y se conmueve

con besos de amor gay

en las telenovelas.

 

 











: MARÍLIA KUBOTA


Sinal amarelo

o amor parou

no sinal amarelo

por minhas avós

por minha mãe

por minhas irmãs

com um grito

na noite

interminável

ninguém veio

 

era amor ?

ou ódio

 

meninas

e mulheres

 

até hoje ouço

suas vozes

 

ensurdecida

 


******* 

Señal amarilla

el amor se paró

en la señal amarilla

por mis abuelas

por mi madre

por mis hermanas

con un grito

por la noche

interminable

nadie vino

 

era amor?

o ódio

 

niñas

y mujeres

 

hasta hoy oigo

sus vocês

 

ensordecida

 

 












: MARIZE CASTRO


Inteira

Iluminada por oráculos

alimento anjos com asas quebradas.

 

Não é de vendaval que eu preciso

mas da língua do amor guardada à beira-mar.

 

Não entendo de círios

mas de verões e sargaços bailarinos.

 

Acolhida pela província

arrisco-me a enlaçar orquídeas em árvores.

 

Sempre sofri.

Sempre tive febre.

Sempre estive inteira em todos os infernos.

Nunca quis ser abandonada.

Mas aprendi a perder.

 

O naufrágio me ensinou a ternura dos afogados.

(In: Esperado ouro, 2005)

 


******* 

Entera

Iluminada por oráculos

alimento ángeles con alas rotas.

 

No es de vendaval que yo necesito

pero de la lengua del amor guardada a la orilla del mar.

 

No entiendo de cirios

pero de veranos y sargazos bailarines.

 

Acogida por la provincia

me arriesgo a enlazar orquídeas en árboles.

 

Siempre he sufrido.

Siempre he tenido fiebre.

Siempre estuve entera en todos los infiernos.

Nunca quise ser abandonada.

Pero aprendí a perder.

 

El naufragio me enseñó la ternura de los ahogados.

(In: Esperado ouro, 2005)

 

 











: NOÉLIA RIBEIRO


Aqueles eles

Porque aparecem como alazões

de crinas douradas atraindo

o olhar de amazonas ávidas,

 

acreditamos neles.

 

Porque batem à porta como

cãezinhos esfomeados lambendo

os pés de mães e filhas,

 

acreditamos neles.

 

Porque adentram nossa casa

como ursos pelosos afastando

o inverno da solidão,

 

acreditamos neles.

 

Quando deles emerge o monstro

de gigantescas patas que nos violenta

o corpo e a humanidade,

 

ninguém acredita em nós.

 


******* 

Aquellos ellos

Porque aparecen como alazanes

de crines doradas atrayendo

la mirada de amazonas ávidas,

 

creemos en ellos.

 

Porque golpean a la puerta como

perritos hambrientos lamiendo

los pies de madres e hijas,

 

creemos en ellos.

 

Porque adentran nuestra casa

como los osos peludos alejando

el invierno de la soledad,

 

creemos en ellos.

 

Cuando de ellos emerge el monstruo

de gigantescas patas que nos violenta

el cuerpo y la humanidad,

 

nadie cree em nosotros.

 

 











: RENATA DE CASTRO


Ofício

O que faz um artesão com madeira?

Ele talha.

Você é artesão e eu, madeira.

O que sempre fez comigo?

Me talhou.

Me cortou.

Arrancou pedaços.

Queria uma obra.

 

Resultado: amorfa, sou eu depois de seu trabalho.

Por que fui ser madeira?

Menos doloroso se eu fosse barro.

(In: O terceiro quarto, 2017)

 

******* 

Oficio

¿Qué hace un artesano con madera?

Él talla.

Usted es artesano y yo, madera.

¿Qué siempre hizo conmigo?

Me tajó.

Me cortó.

Arrancó pedazos.

Quería una obra.

 

Resultado: amorfa, soy yo después de su trabajo.

¿Por qué fui a ser madera?

Menos doloroso si yo era barro.

(In: O terceiro quarto, 2017)

 

Christina Ramalho é carioca (1964) e cidadã aracajuana (2016) e sergipana (2018). Doutora em Letras (UFRJ, 2004, CNPq), com Pósdoutorado em Estudos Cabo-Verdianos (USP, 2012, FAPESP) e em Estudos Épicos (Université Clermont-Auvergne, França, 2017). É professora do Curso de Letras da Universidade Federal de Sergipe, Itabaiana. Autora e organizadora de 36 livros, que envolvem teoria e crítica literária, além de criação literária (poesia, crônica e conto). Pintora e fotógrafa amadora com diversas exposições realizadas. Membro da Academia Gloriense de Letras (SE) e da Academia Cabo-Verdiana de Letras. Seus livros de poesia são Musa Carmesim (1998, poema épico) e Laço e nó (2000), fio de teNsão (2018), Lição de voar (2019), Poemas mínimos (2019), O inusitado amor do Catingueira e da Brucha (cordel, 2019. Com Ítalo de Melo Ramalho), Poemas de Danda & Chris (para crianças. Com Rosângela Trajano, 2020), Ponteiros de papel (2020) e Sessenta minutos (Lei Aldir Blanc, 2021). Alguns disponíveis em e-book no site da autora (miXturas): www.ramalhochris.com. 

Christina Ramalho nació en Rio de Janeiro (1964) y es ciudadana de Sergipe (2018) y su capital, Aracaju (2016). Es Doctora en Letras (UFRJ, 2004, CNPq), con Postdoctorado en Estudios Caboverdianos (USP, 2012, FAPESP) y en Estudios Épicos (Université Clermont-Auvergne, Francia, 2017). Es profesora del Curso de Letras de la Universidad Federal de Sergipe, Itabaiana. Autora y organizadora de 36 libros, de teoría y crítica literaria, además de creación literária (poesía, crónica y cuento). Pintora y fotógrafa aficionada com diversas exposiciones realizadas. Miembro de la Academia Gloriense de Letras (SE) y de la Academia Caboverdiana de Letras. Entre sus libros de poesías publicados están: Musa Carmesim (1998, poema épico) e Laço e nó (2000), fio de teNsão(2018), Lição de voar (2019), Poemas mínimos (2019) y O inusitado amor do Catingueira e da Brucha (cordel, 2019. Con Ítalo de Melo Ramalho), Poemas de Danda & Chris (para niños. Con Rosângela Trajano, 2020), Ponteiros de papel (2020) y Sessenta minutos (Ley Aldir Blanc, 2021). Algunos de ellos disponibles en e-book en la página web de la autora (miXturas): www.ramalhochris.com. 

Conceição Evaristo nasceu em uma favela de Belo Horizonte, Minas Gerais (1946). Estreou como escritora em 1990, publicando textos nos Cadernos Negros. Doutora em Letras pela Universidade Federal Fluminense, atuou como professora visitante na Universidade Federal de Minas Gerais. É militante ativista de movimentos negros. Sua produção literária reúne romances, contos e poemas. Participou de diversas antologias no Brasil e no mundo. O livro Ponciá Vicêncio foi traduzido para o inglês e publicado nos Estados Unidos em 2007. Foi finalista do Prêmio Portugal Telecom em 2009. Obras: Ponciá Vicêncio (2003, romance), Becos da memória (2006), Poemas da recordação e outros movimentos (2011, poesia), Olhos d´Água (2014, contos), Insubmissas lágrimas de mulheres (2016, contos) e Histórias de leves enganos e parecenças (2016, contos). 

Conceição Evaristo nació en una favela de Belo Horizonte, Minas Gerais (1946). Hizo su debut como escritora en 1990, publicando textos en Cadernos Negros. Doctora en Letras de por Universidad Federal Fluminense, actuó como profesora visitante en la Universidad Federal de Minas Gerais. Es activista militante de los movimientos negros. Su producción literaria reúne novelas, cuentos y poemas. Participó en varias antologías en Brasil y en todo elmundo. Su libro Ponciá Vicêncio fue traducido al inglés y publicado en los Estados Unidos en 2007. Fue finalista del Premio Portugal Telecom en 2009. Obras: Ponciá Vicêncio (2003, novela), Becos da memória (2006), Poemas da recordação e outros movimentos (2011, poesia), Olhos d´Água (2014, cuentos), Insubmissas lágrimas de mulheres (2016, cuentos) y Histórias de leves enganos e parecenças (2016, cuentos). 

elimacuxi é uma multiartista. Poeta, fotógrafa, mulher mãe de três mulheres. Vive em Boa Vista, Roraima, norte do Brasil, onde faz parte do coletivo literário Máfia do Verso. Sua obra poética, focada no cotidiano, é publicada há dez anos sobretudo no blog Elimacuxi, Poesia Pura. Embora se considere uma “poeta de internet”, participou de diversas coletâneas de poesia contemporânea e publicou o livro solo intitulado Amor para quem Odeia, com boa repercussão entre críticos e público. Feminista atuante junto ao movimento LGBTQIA+, vem se tornando uma “artivista” da questão de gênero e traz uma série de poemas com reflexões sobre como pensa e sente as questões da identidade a partir do seu corpo de mulher. Para conhecer mais da obra, acesse www.elimacuxi.blogspot.com. 

elimacuxi es una artista múltiple. Poeta, fotógrafa, madre de tres mujeres. Vive en Boa Vista, la capital del estado de Roraima, en el norte de Brasil. Forma parte del colectivo literario Máfia do Verso y su obra poética, centrada en la vida cotidiana, se publica desde hace diez años principalmente en el blog Elimacuxi, Poesia Pura. Aunque se considera una "poeta de Internet", ha participado en varias colecciones de poesía contemporánea y ha publicado un libro em solitario titulado Amor para quem Odeia, con buenas repercusiones entre la crítica y el público. Feminista activa en el movimento LGBTQIA +, se ha convertido en una “artivista” del tema de género y trae una serie de poemas con reflexiones sobre cómo piensa y siente los temas de identidad desde su cuerpo de mujer. Para obtener más información sobre su trabajo, visite www.elimacuxi.blogspot.com. 

Marilia Kubota nasceu no Paraná. É poeta, jornalista e Mestra em Estudos Literários pela Universidade Federal do Paraná. Autora de Velas ao vento (Medusa, 2020), Eu também sou brasileira (Lavra, 2020), Bicicletas caiçaras (Edição da autora, 2020), Diário da vertigem (Patuá, 2015), micropolis (Lumme, 2014), Esperando as Bárbaras (Blanche, 2012) e organizadora das coletâneas Um girassol nos teus cabelos – poemas para Marielle Franco (Quintal, 2018), Blasfêmeas: Mulheres de Palavra (Casa Verde, 2016) e Retratos Japoneses no Brasil – Literatura mestiça (Annablume, 2010). 

Marilia Kubota nació en Paraná. Es poeta, periodista y Maestra em Estudios Literarios por la Universidade Federal do Paraná. Autora de Velas ao vento (Medusa, 2020), Eu também sou brasileira (Lavra, 2020), Bicicletas caiçaras (Edição da autora, 2020), Diário da vertigem (Patuá, 2015), micropolis (Lumme, 2014), Esperando as Bárbaras (Blanche, 2012) e organizadora das coletâneas Um girassol nos teus cabelos – poemas para Marielle Franco (Quintal, 2018), Blasfêmeas: Mulheres de Palavra (Casa Verde, 2016) y Retratos Japoneses no Brasil – Literatura mestiça (Annablume, 2010). 

Marize Castro (Natal/RN, 1962) é autora dos livros de poemas Marrons Crepons Marfins (1984); Rito (1993); poço. festim. mosaico (1996); Esperado ouro (2005); Lábios-espelhos (2009); Habitar teu nome (2011) e A Mesma Fome (2016). É graduada em Jornalismo, tem mestrado em Educação e doutorado em Estudos da Linguagem. Editou nos anos 1980 o jornal O Galo e, nos anos 1990, a revista Odisseia. Edita seus livros por sua própria editora, a Una, o que define como “deliciosa e desamparada viagem”. Sobre ela, escreveu Nelly Novaes Coelho no Dicionário Crítico de Escritoras Brasileiras: “Poeta em tom maior, expert em Comunicação, jornalista, editora e uma das fortes vozes femininas da poesia brasileira contemporânea, revelouse em livro, em 1984, com a publicação de Marrons Crepons Marfins que surpreendeu crítica e público pela força e originalidade de sua palavra”. Sobre Marize Castro, afirmou o poeta e crítico Haroldo de Campos: “Em seus versos há algo de fundamental, algo entre o belo e o verum, a verdade em beleza, um cuidado especial com a síntese, um encontro com a poesia”. 

Marize Castro (Natal / RN, 1962) es autora de los libros de poemas Marrons Crepons Marfins (1984); Rito (1993); poço. festim. mosaico (1996); Esperado ouro (2005); Lábios-espelhos (2009); Habitar teu nome (2011) e A Mesma Fome (2016). Es graduada en Periodismo, tiene una maestría en Educación y doctorado en Estudios del Lenguaje. En la década de 1980, el periódico O Galo y en los años 1990, la revista Odisseia. Edita sus libros por su propia editora, la Una, lo que define como "deliciosa y desamparada viaje". Sobre ella, escribió Nelly Novaes Coelho en el Diccionario Crítico de Escritoras Brasileñas: “Poeta en tono mayor, experta en Comunicación, periodista, editora y una de las fuertes voces femeninas de la poesia brasileña contemporánea, se reveló en libro, en 1984, con la publicación de Marrons Crepons Marfins que sorprendió crítica y público por la fuerza y originalidad de su palabra.”En sus versos hay algo de fundamental, algo entre lo bello y lo verum, la verdad em belleza, un cuidado especial con la síntesis, un encuentro con la poesía”, afirmó el poeta y crítico Haroldo de Campos. 

Noélia Ribeiro nasceu em Recife, mas mora em Brasília desde 1972. Formada em Letras na Universidade de Brasília, publicou os livros Expectativa (independente, 1982); Atarantada (Verbis, 2009); Escalafobética (Vidráguas, 2015) e Espevitada (Penalux, 2017). Tem poemas em antologias e jornais brasileiros e nas revistas eletrônicas Mallarmagens, InComunidade, Gueto e Germina, entre outras. Em 2017, a poeta recebeu da Secretaria de Cultura do Distrito Federal o Prêmio FAC – Igualdade de Gêneros na Cultura. Integrou a exposição itinerante Poesia Agora, no Rio de Janeiro, e foi homenageada no 32º Salão Nacional de Poesia Psiu Poético, em Montes Claros (MG). É membro da Associação Nacional de Escritores (ANE) e da União Brasileira de Escritores - RJ (UBE).Facebook: @noeliamrs; Instagram: @noeliaribeiropoeta; Email: nmariarsilva@hotmail.com. 

Noelia Ribeiro nació en Recife (1963), Pernambuco (PE), pero vive en Brasilia desde 1972. Formada en Letras en la Universidad de Brasilia, publicó los libros Expectativa (independente, 1982); Atarantada (Verbis, 2009); Escalafobética (Vidráguas, 2015) e Espevitada (Penalux, 2017). Tiene poemas en antologías y periódicos brasileños y en las revistas electrónicas Mallarmagens, InComunidad, Gueto y Germina, entre otras. En 2017, la poeta recibió de la Secretaria de Cultura del Distrito Federal el Premio FAC -. Igualdade de Gêneros na Cultura. Integró la exposición itinerante Poesía Agora, en Río de Janeiro, y fue homenajeada en el 32º Salón Nacional de Poesía Psiu Poético. En el 32º Salón Nacional de Poesía Psiu Poético, en Montes Claros (MG), Es miembro de la Associação Nacional de Escritores (ANE) y de la União Brasileira de Escritores – RJ (UBE).Facebook: @noeliamrs; Instagram: @noeliaribeiropoeta; Email: nmariarsilva@hotmail.com. 

Renata de Castro nasceu no Rio de Janeiro, em 1979, mas vive em Aracaju, Sergipe, há mais de 30 anos. Professora, mestre em Linguística e, atualmente, doutoranda em Literatura na UFS atua no Ensino Superior e no Básico. Dedica-se sobretudo à escrita de versos, embora também escreva prosa. Tem três livros publicados: O terceiro quarto (Ed. Benfazeja, 2017) – composto não só por poemas, mas também por contos – , Hystéra (Ed. Escaleras, 2018) – composto exclusivamente por poemas eróticos – e De quando estive em Alto-Mar: poemas de afogamento e algumas mortes felizes (Ed. Escaleras, 2021). Teve alguns de seus poemas publicados em revistas virtuais, como Varal, na Crioula USP (2011); Atávica flor, em uma edição especial da Gueto (2017), em Minguante, Todo mal, Candidum, e em diferentes edições da Revista Barbante (2017 e 2018). Fez parte da Antologia Poética Senhoras Obscenas (Ed. Benfazeja, 2016), da Antologia Poética Damas entre Verdes (Selo Senhoras Obscenas, 2017) e da Antologia Poética Senhoras Obscenas (Ed. Patuá, 2019). Email: renatadecastro_@hotmail.com. 

Renata de Castro nació en Río de Janeiro (RJ), en 1979, pero vive em Aracaju, Sergipe, hace más de 30 años. Profesora, maestra em Lingüística y, actualmente, estudiante de Doctorado en Literatura en la UFS actúa en la Enseñanza Superior y en el Básico. Se dedica sobre todo a la escritura de versos, aunque también escriba prosa. Tiene tres libros publicados: O terceiro quarto (Ed. Benfazeja, 2017) – compuesto no sólo por poemas, sino también por cuentos – Hystéra (Ed. Escaleras, 2018) – compuesto exclusivamente por poemas eróticos – y De quando estive em Alto-Mar: poemas de afogamento e algumas mortes felizes (Ed. Escaleras, 2021). Ha tenido algunos de sus poemas publicados en revistas virtuales, como Varal, na Crioula USP (2011); Atávica flor, em una edición especial de la Gueto (2017), Minguante, Todo mal y Candidum, y en diferentes ediciones de la Revista Barbante (2017 y 2018). Hizo parte de la Antologia Poética Senhoras Obscenas (Ed. Benfazeja, 2016), de la Antologia Poética Damas entre Verdes (Selo Senhoras Obscenas, 2017) y de la Antologia Poética Senhoras Obscenas (Ed. Patuá, 2019). E-mail:renatadecastro_@hotmail.com.


Nota: Foi lançado no mês de março de 2021, mais uma edição semestral online e gratuita da excelente (n.t) Revista Nota do Tradutor (ano 10, n. 15, volume especial ilustrado, bilíngue: 12 idiomas), editada por Gleiton Lentz e Roger Sulise, também dedicada à voz feminina: Mulheres “Eu Existo”. Quis destacar alguns poemas, no Falas ao Acaso, mas, como não foi possível, deixo o endereço (link em laranja) para quem quiser fazer o download e conhecer esta e outras publicações da nota do tradutor.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...