sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Esopo: O Rei dos Macacos e Dois Homens

3 fábulas de Esopo. 3 reflexões para o antes, o durante e o após eleições. 3 fábulas que se encontram no livro Fábulas de Esopo Ilustradas, tradução e adaptação de Carlos Pinheiro - Licença Creative Commons, 2012. O antes: A Pulga e o Camelo. O durante: O Rei dos Macacos e Dois Homens. O após: O Cão e a Máscara.
  


O Rei dos Macacos e Dois Homens
Esopo

Dois companheiros que caminhavam juntos pela floresta, acabaram por se perder. Depois de andarem muito, chegaram à terra dos Macacos. Foram logo levados ao rei, que, mal os viu, lhes perguntou:
— Na vossa terra e nessas que atravessastes, o que se diz de mim e do meu Reino?
Respondeu um dos homens:
— Dizem que sois um grande Rei de gente sábia e culta.
O outro, que gostava de dizer a verdade, respondeu:
— Toda a vossa gente são macacos irracionais, logo o rei também é um macaco. 
Ouvindo isto, o Rei ordenou que matassem este, e que ao primeiro oferecessem presentes e o tratassem muito bem.


Moral da História: Verifica-se nesta Fábula o que diz Terêncio, que a verdade causa ódio e o elogio ganha amigos. Com um Rei ignorante não há sábios nem virtuosos, apenas chocarreiros e aduladores. Daqui resulta que frequentemente os bons são rebaixados e obedecem aos maus, que o Rei Macaco tem ódio a quem o desengana, e que o que mente, como aqui fez o primeiro companheiro, é favorecido.

*
Ilustração: Steinhowel - 1479


Esopo, o grande fabulista grego, ainda hoje é uma grande incógnita. Não se sabe quando e onde (Samos? Sardes? Atenas?) nasceu, mas acredita-se que teria sido morto em Delfos em 620 a.C. Pelo que se conta, o mestre não teria palpos na língua e ancorado pelas suas fábulas atingia os grandes e os pequenos com seus julgamentos. Escravo, teria sido liberto por Jadmo de Samos e saiu pelo mundo: Egito, Babilônia, Ásia Menor. Apesar de deixar nada escrito, Esopo seria autor de, no mínimo, umas 400 fábulas, recontadas até hoje. Dos muitos autores que as recolheram o mais popular é o francês Jean de La Fontaine (1621-1695).

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