No litoral brasileiro de Santa Catarina, ali por Itapoá,
há lugares ainda paradisíacos. Foi bem antes de construírem o porto, que
conheci um recanto de beleza única. Sua água rasa, mansa e transparente, por
quilômetros, me inspiraram a breve prosa poética O
Caminho das Águas, que cometi em 2007. Há anos não volto lá e, portanto,
não sei se, após o porto, o recanto bucólico mantém seu encanto...
O Caminho
das Águas
Joba Tridente
Na colônia , pescadoras crianças
caminham como que
sobre marolas .
Conhecem o caminho das águas . Transparece tudo .
Os pés e o fundo .
Os peixes e as redes .
A maré descansa
além . Hora
muito depois
ela vem e volta
além . Fica e vem. Enquanto
lá , tudo
parece à deriva ali .
Quietos e solitários
balançam pequenos barcos ,
quase canoas .
Leves os pés
chapinham a crista da água . Buscam outras profundidades
lentos ermitões
com suas
casas alheias. No fim
da tarde apenas
contornos sobre
a água . As sombras
da noite recortam o que
permanece na água . A espuma
desdesenha os rastos na areia .
*
jt:prosa.poética:23.08.2007.foto:25.12.2012
Joba Tridente, artesão
de imagens e de palavras em Verso : 25 Poemas Experimentais (1999); Quase Hai-Kai (1997, 1998 e 2004); em Antologias: Hiperconexões: Realidade Expandida – Sangue e Titânio (2017); Hiperconexões: Realidade Expandida (2015);
101 Poetas Paranaenses (2014); Ipê Amarelo, 26 Haicais; Ce que je vois de ma fenêtre - O que eu vejo
da minha janela (2014); Ebulição da
Escrivatura - 13 Poetas Impossíveis (1978); em Prosa: Fragmentos da História
Antropofágica e Estapafúrdia de Um Índio Polaco da Tribo dos Stankienambás
(2000); Cidades Minguantes (2001); O Vazio no Olho
do Dragão (2001). Contos , poemas e artigos
culturais publicados em diversos veículos de comunicação: Correio Braziliense, Jornal Nicolau, Gazeta do Povo ,
Revista Planeta ,
entre outros.
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