domingo, 21 de abril de 2019

Joba Tridente: O Caminho das Águas


No litoral brasileiro de Santa Catarina, ali por Itapoá, há lugares ainda paradisíacos. Foi bem antes de construírem o porto, que conheci um recanto de beleza única. Sua água rasa, mansa e transparente, por quilômetros, me inspiraram a breve prosa poética O Caminho das Águas, que cometi em 2007. Há anos não volto lá e, portanto, não sei se, após o porto, o recanto bucólico mantém seu encanto...



O Caminho das Águas
Joba Tridente

Na colônia, pescadoras crianças caminham como que sobre marolas. Conhecem o caminho das águas. Transparece tudo. Os pés e o fundo. Os peixes e as redes. A maré descansa além. Hora muito depois ela vem e volta além. Fica e vem. Enquanto , tudo parece à deriva ali. Quietos e solitários balançam pequenos barcos, quase canoas. Leves os pés chapinham a crista da água. Buscam outras profundidades lentos ermitões com suas casas alheias. No fim da tarde apenas contornos sobre a água. As sombras da noite recortam o que permanece na água. A espuma desdesenha os rastos na areia.

*
jt:prosa.poética:23.08.2007.foto:25.12.2012


Joba Tridente, artesão de imagens e de palavras em Verso: 25 Poemas Experimentais (1999); Quase Hai-Kai (1997, 1998 e 2004); em Antologias: Hiperconexões: Realidade Expandida – Sangue e Titânio (2017); Hiperconexões: Realidade Expandida (2015); 101 Poetas Paranaenses (2014); Ipê Amarelo, 26 Haicais; Ce que je vois de ma fenêtre - O que eu vejo da minha janela (2014); Ebulição da Escrivatura - 13 Poetas Impossíveis (1978); em Prosa: Fragmentos da História Antropofágica e Estapafúrdia de Um Índio Polaco da Tribo dos Stankienambás (2000); Cidades Minguantes (2001); O Vazio no Olho do Dragão (2001). Contos, poemas e artigos culturais publicados em diversos veículos de comunicação: Correio Braziliense, Jornal Nicolau, Gazeta do Povo, Revista Planeta, entre outros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...