Livros Desencantados
Joba Tridente
Pululam campanhas de incentivo à leitura nos meios de comunicação. São ótimas vitrines para se compreender as reações do ‘freguês’ leitor frente às novidades do mercado editorial, a cada dia mais voltado para a didática, a literatura infanto-juvenil e os livros da moda. Serão suficientes? Uma feira, mesmo de livros, cujos objetos do desejo custem os olhos da cara ou os dedos da mão, é lugar comum e sempre atrai um grande público curioso não acostumado a freqüentar as casas do ramo. Mas, e uma livraria que cresceu tanto (ou se metamorfoseou) ao ponto de virar um shopping de cultura, uma livraria-bar, um café-livraria, uma..., um sei lá o quê, atrairá quem? Curiosos? Botequeiros? Aborrescentes? Leitores “profissionais”, iniciantes e os de fim de semana? Custará mais barato um livro carregado em cestinha de compras? Ou será mera ilusão de cartão de crédito e cheque pré-datado?
No Brasil o custo de um bom livro é inalcançável até mesmo nos sebos, independente do ano de publicação, estilo, autor, moda, tiragem etc. Já os encalhes, responsáveis pela morte de tantas árvores, saem ao preço da fruta da temporada. E haja ciclo para tanto vício (ou seria o contrário?) explicitamente oculto sobre gastos e lucros editoriais. Nos casos em que o Domínio é Público, muitos leitores, tal e qual os saudosos autores, são dominados pelas grandes editoras: compra ou fica na vontade. É claro que existem alguns “Bancos de Livros” (Bibliotecas) que fazem empréstimo, permitem a pesquisa local. Porém, o bom leitor não gosta da leitura cronometrada. Da leitura com hora marcada. Da tensão da multa anunciada. Porque ler é mais que passar o tempo, resolver um trabalho escolar. Ler é trocar de lugar, de olhar, de pensar, de falar, de ser. Ler é alertar os sentidos sobre o estado de cada coisa mitificada na pergunta e mistificada na resposta. Portanto, um livro estar à disposição do leitor não é um privilégio e, sim, uma necessidade. Nem sempre possível, é claro. Mas uma necessidade igual a qualquer outra que mantém a vida em equilíbrio. É uma pena que poucos conheçam o prazer de caminhar entre prateleiras e ouvir o insinuante sussurro das vozes presas nos livros à espera de olhos ou mãos sedentas.
No Brasil o custo de um bom livro é inalcançável até mesmo nos sebos, independente do ano de publicação, estilo, autor, moda, tiragem etc. Já os encalhes, responsáveis pela morte de tantas árvores, saem ao preço da fruta da temporada. E haja ciclo para tanto vício (ou seria o contrário?) explicitamente oculto sobre gastos e lucros editoriais. Nos casos em que o Domínio é Público, muitos leitores, tal e qual os saudosos autores, são dominados pelas grandes editoras: compra ou fica na vontade. É claro que existem alguns “Bancos de Livros” (Bibliotecas) que fazem empréstimo, permitem a pesquisa local. Porém, o bom leitor não gosta da leitura cronometrada. Da leitura com hora marcada. Da tensão da multa anunciada. Porque ler é mais que passar o tempo, resolver um trabalho escolar. Ler é trocar de lugar, de olhar, de pensar, de falar, de ser. Ler é alertar os sentidos sobre o estado de cada coisa mitificada na pergunta e mistificada na resposta. Portanto, um livro estar à disposição do leitor não é um privilégio e, sim, uma necessidade. Nem sempre possível, é claro. Mas uma necessidade igual a qualquer outra que mantém a vida em equilíbrio. É uma pena que poucos conheçam o prazer de caminhar entre prateleiras e ouvir o insinuante sussurro das vozes presas nos livros à espera de olhos ou mãos sedentas.
Não há dúvidas de que, para um amante de livros, um espaço com milhares de títulos distribuídos em estantes a se perder de vista, com salas de leituras e de lazer, é um convite à contemplação e impossível de ser recusado. É um reencontro com o tempo de folhear sem a preocupação de ter que ficar dando explicações ao vendedor-sombra: “Não, eu não preciso de ajuda!”. Mas se isso vai conquistar novos leitores ou trazer de volta os antigos só o tempo ou o bolso dirá.
Estou invadindo teu blog. Gostei da apresentação. Essas campanhas põe o livreiro, o executivo, dono da editora/ distribuidora como um mecenas abnegado em divulgar obras que ele julga necessárias para o enlevo cultural do país. A complacência é tanta que ao editar um auto-ajuda, ou apostilas de vestibular se diz que "tem de pagar as contas". No entanto, "pagar as contas"para estes cavalheiros é mais importante que edificar o país com homens e livros. Vide a isenção de IPI uqal desconto foi repassado ao consumidor? Responderam que o desconto serviu para amortizar as perdas do passado. Vai ter que dar desconto de IRPJ, COFINS, INSS, e da dívida externa porque perdas do passado vai calcular os livros que enfrentaram heroicamente as flamas da intransigência.
ResponderExcluirQue todos o invadam assim: CONSCIENTEMENTE.
ResponderExcluirQuem sabe se depois de 2012, se o mundo não acabar, a mental idade dos homens acaba mudando.
Obrigado pela grande presença Miyashiro.