Conheci o fotojornalista Marcos Santilli em Brasília, em meados dos anos 1970 e o
reencontrei no FaceBook, onde está
sempre postando suas pérolas raras. Em 2013, estava com mais tempo e mais
atento às suas publicações, curti e me intrometi com comentários poéticos em
várias delas. Dia desses, selecionando textos, reencontrei algumas dessas
intromissões..., reli, gostei e decidi publicar. Marcos Santilli autorizou o uso das suas preciosas fotos
inspiradoras.
Locomotiva Maquinista Rivero, Madeira-Mamoré, 1977. |
madeira
- mamoré
joba tridente
Um dia
Vieram homens
Feriram a mata
Abriram sulcos na terra
Enxertaram troncos e trilhos
Pedras e cascalhos esconderam feridas
Foram os homens
Um dia
................
Outro dia
Um apito longínquo
Cruzou a mata
Confundiu pássaros e mamíferos
Bicho novo no espaço
Locomotiva largando fumaça
Não voava e não andava
Rodava no mesmo caminho
Indo e vindo e ind e vind e in e vin e i e
vi e v....
............................................................................
O vento não encontrou barreiras
A mata recomeçou mato
A carcaça fria não servia à toca
A cantilena da chuva não fez eco
A cantilena da chuva fez ferrugem
A carcaça fria ficou esquecida
...
...
A mata engole a lata
O vento não encontra barreiras
...................................................
MAdeIRA – MAmoRÉ
*
jt.24.07.2013
sobre
foto de Marcos Santilli
Marcos
Santilli é
fotojornalista desde 1970 e há 38 anos desenvolve o Projeto Nharamaã, que reúne documentação áudio-fotográfica sobre as
transformações humanas e ambientais na Amazônia. Santilli fotografou para
diversos jornais, revistas nacionais e internacionais e foi fundador e primeiro
vice-presidente da União dos Fotógrafos do Estado de São Paulo e da União dos
Fotógrafos de Brasília. Coordenou diversos cursos, palestras e oficinas no
Brasil, Venezuela, Estados Unidos e Canadá. É membro fundador e foi coordenador
geral do Nafoto - Núcleo dos Amigos da Fotografia, entidade que promove o Mês
Internacional da Fotografia e o Seminário Internacional de Fotografia. Marcos Santilli
dirigiu o Museu da Imagem e do Som, de São Paulo, de 1995 a 2003. Atualmente
dirige a Memória Comunicações Ltda., que desenvolve projetos culturais nas
áreas de fotografia, vídeo e artes gráficas. O fotojornalista publicou: Àre (Sver e Bocato Editores, SP, 1987); Madeira-Mamoré, Imagem e Memória
(Memória Comunicações Ltda., SP, 1987) e Amazon,
a Young Reader’s Look at the Last Frontier (Boyds Mills Press. Honesdale,
EUA, 1991). O currículo integral pode ser conferido na Wikipédia.
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