Recentemente ouvi falar do misterioso e
preocupante desaparecimento de abelhas, inclusive no Brasil. Em 14 de dezembro
de 2013, li o comovente Abelhezas,
de Vera Catalão. Respondi ao seu poema com abelhas.
Conclui o seu manifesto com sahleba.
Abelhezas
Vera Catalão
Salvem as abelhas ágeis mensageiras do
código da Vida
Salvem as abelhas e o seu zumbido em volta
de nós
Salvem as abelhas todas das Américas,
Europa, África, Ásia, Brasil
Salvem as abelhas, confiantes, sem ferrão
habitantes primevas do nosso Sertão.
Salvem as abelhas que se recusam a laborar
em campos minados que fazem abortar
alimentos, floradas, frutos,
pássaros, gente e lugar
Salvem as abelhas da nossa insensatez – sanha
de morte e ruptura
Para que a chama não se apague assim
prematura
como morte anunciada do festim da alegria e
da fartura.
Chamemos as abelhas com juras de amor
Chamemos o fluxo e sabor de água boa
Chamemos o solo fecundo que nutre e
sustenta
Chamemos pelo nome certo inscrito dentro de
nós
Chamemos 2014 na sintonia fina de ondas da
vida.
Voltem as abelhezas.
*
foto de Joba Tridente: 2011
Vera
Catalão é doutora em Educação Ambiental e tem práticas e pesquisas
nos estudos da água como matriz eco-pedagógica. Atualmente integra o grupo
conceitual que projeta o futuro Museu da Educação de Brasília, onde reside.
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