A Copa
do Mundo no Brasil, em 2014, despertou o meu interesse em escrever algumas crônicas
leigas sobre futebol. GOLeiro era para ser a primeira. Acabei me
ocupando com um trabalho esportivo mais articulado. Sem tempo, comecei com dois
poemas experimentais: Goool
1 (!) e Goool
2 (Grito). Depois, ensaiei com VAIA e O
Brasil Chora?. Agora já era. Para
não ficar apenas na memória do PC, resolvi postar apenas para cumprir tabela!
GOLeiro
Joba
Tridente
Entendo nada de futebol. Nada! Por causa do gol.
Do gol nas peladas de rua. Maldito gol! Goleiro nem jogador é. Sabe chutar, mas
não é jogador. Sabe bater pênalti, mas não é jogador. Tem muito jogador que
também não é jogador de tão mal que joga. Tem! Mas nem por isso é mandado pro gol.
Malditas traves. Malditas latinhas. Malditas pedras. Malditas boladas. Malditos
vizinhos donos da bola.
Entendo nada de futebol. Torcer assim é
complicado. Sempre inventam novas regras. A do tal adiantamento da bola, quem
entende? Ou será adiantamento do jogador? Sei quando é tiro de meta, por causa
do triângulo na ponta do campo com aquela bandeirinha quadriculada para
atrapalhar o chute. Mas não sei o que quer dizer “meta”. Presumo que “tiro”
seja chute. Gostaria de saber o porquê da bandeirinha quadriculada naquele
lugar impróprio. Escanteio, falta, pênalti..., tenho vaga ideia. Sei quanto é marcado
gol, no entanto. O contra ainda tenho dúvidas. Bola no segundo pau? Nem me
pergunte. É alguma mandinga para tirar o goleiro de ação?
Entendo nada de futebol. Por entender nada, fico
de olho no uniforme dos times. Torço para os mais harmoniosos. Pode não ser
ético, mas favorece o estético. Imagino o gramado como uma tela verde e os jogadores
misturando suas cores corridas, feito pinceladas de Van Gogh. O goleiro me
parece um respingo de tinta que não se mistura. Um goleiro só vira tela na hora
da penalidade máxima. Aí, então, uma pintura cubista. Eu até gosto de pintura
cubista. Mas odeio o gol.
P.S.: O gol
bonito do menino Mario Götze, feito uma pintura de Albrecht Dürer, na grande
final entre Alemanha (1) e Argentina (0), só reafirma que goleiro só “ganha” jogo numa decisão
por pênaltis. Fora isso, quem ganha jogo é jogador.
*
TJ:
crônica e ilustração 2014
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