Hoje, 31 de Maio de 2015, faz cinco anos que o escritor
e jornalista paranaense Wilson Bueno
foi assassinato em Curitiba-PR. Eu o conheci, através do artista plástico Rogério Dias, em 1990. Naquele momento o Jornal NICOLAU (1987-1995), editado por ele, estava sem artista
gráfico e aceitei fazer um número. Fiquei cinco anos como editor gráfico
(1990-1995) do NICOLAU. Com o fim do
jornal, Wilson Bueno, voltou a se
dedicar à sua notória literatura. Seu assassino continua impune!
Em
entrevista à escritora e jornalista Marília
Kubota, publicada no Jornal Memai, em novembro de 2009, assim falou Wilson Bueno sobre o fazer tanka:
“(...) o tanka, sabemos, carrega
consigo o chamado “olho” do haicai e ainda pede uma “conclusão” em dois versos
finais. Sempre, claro, na rigorosa métrica que inventamos para ele, para
transfigurá-lo, creio. Uma “matemática” que me seduz, - 5/7/5 (o haicai!) e 7/7
a dita “conclusão”, uma sutil “moral” da história… (...) A métrica, inventada aqui, também é um
exercício de humildade - você se vê obrigado a desprezar o que julga um achado
precioso porque este tal de “precioso” o poema só pode acolhê-lo se em rigorosas
e calculadas sílabas poéticas… Temos que recusar, jogar literalmente no lixo o
que consideramos grandes “insights”, porque não cabem no metro do poema, você
me entende?”
Em sua homenagem, durante cinco dias, a postagem de 5 tankas presentes na pré-edição do seu livro pequeno tratado de brinquedos, que me ofereceu no inverno de 1994.
pequeno
tratado de brinquedos
Wilson Bueno
rumor
clareou domingo
talhada no puro azul
a torre da igreja
no ar fica um som sozinho
os sinos e as andorinhas
*
foto de joba tridente.2012
Wilson
Bueno (1949-2010): escritor, cronista e jornalista. Um dos nomes
mais importantes da literatura brasileira contemporânea. Entre as suas
principais obras estão: Bolero's Bar (1986);
Manual de Zoofilia (1991); Mar Paraguayo (1992); Pequeno Tratado de Brinquedos (1996);
Meu Tio Roseno, a Cavalo (2000);
Amar-te a ti nem sei se com carícias (2004);
Pincel de Kyoto (2007); A Copista Kafka (2007); Mano, A noite Está Velha (2011).
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