Hoje, um poema que escrevi há exatos 40
anos. Afiando a língua e o verbo: Serpente...,
de um tempo em que me alimentava de pão integral, frutas, chá de camomila e mel...
S E R P E N T E
Joba
Tridente
a Paulo Kronemberger
habitou a minha cabeça
alguns dias
uma
serpente
a serpente veio
trouxe
muitas imagens
morto
no deserto vivia um escaravelho
ao escaravelho
perguntei porque a serpente
habitava
a cabeça de um SER TODO DE NADA
e ele me
respondeu que era
porque
a serpente era o NADA DE TODO SER
e levou
todas as imagens
e levou
todas as imagens
fiquei apenas eu
vago num deserto infinito
*
Joba
Tridente : 10.06.1976
in Exidílio: os fragmentos de quatro estações e
considerações finais
foto e montagem de JT: 2012
Joba Tridente
em Verso :
25 Poemas
Experimentais (1999); Quase Hai-Kai
(1997, 1998 e 2004); em Antologias:
Hiperconexões: Realidade Expandida (2015);
101 Poetas Paranaenses (2014); Ipê Amarelo, 26 Haicais; Ce que je vois de ma fenêtre - O que eu vejo
da minha janela (2014); Ebulição da
Escrivatura - 13 Poetas Impossíveis (1978); em Prosa: Fragmentos da História
Antropofágica e Estapafúrdia de Um Índio Polaco da Tribo dos
Stankienambás (2000); Cidades
Minguantes (2001); O Vazio no Olho do
Dragão (2001). Contos , poemas e artigos
culturais publicados em diversos veículos de comunicação: Correio Braziliense, Jornal Nicolau, Gazeta do Povo ,
Revista Planeta ,
entre outros.
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