Celso Araujo é
jornalista, escritor, dramaturgo, ator, compositor, cantor, performer. O
conheci na redação do jornal Correio Braziliense, em Brasília, onde também
trabalhava, em meados dos anos 1970. Saí definitivamente da Capital Federal em
1990. A maioria dos meus amigos..., gente da imprensa, artistas de teatro,
cinema, literatura, música, artes gráficas e plásticas..., responsável pela
base cultural da capital e suas satélites, continuou firme ali, defendendo seus
caros alicerces no DF. Alguns já se foram do planeta, mas outros, feito ele,
que reencontrei na rede FB, seguem por lá, alertas e fortes, em defesa da
cultura brasiliense, com suas cores candangas e vivacidade brasileira!
Desde novembro de 2013, Celso Araujo
mantém o interessante blog literário poesia-parque,
onde publica seus catárticos poemas, crônicas e críticas teatrais. É deste
blog, geralmente ilustrados por suas próprias fotos, que pincei os sete
poemas que estou postando, um ao dia, aqui no Falas ao Acaso. Você que já
conheceu o pai gigante e finalizando a gosto e desolamento e passa/primavera/passa e respirandoGullar e noite dissolvida, saiba,
com este último poema, o que é realmente uma cena quente, publicado na sexta-feira,
20 de janeiro de 2017.
cena quente
celso araujo
entidades tendas mictórios
podres fechados no centro divisório
da cidade afundada num céu breu
transeuntes nunca dantes vistos
e marginais de tudo o que é real
esquisitíssimos na normalidade
sãos e salvos nas escadas paradas
gás para chorar gás de pimenta
o badernaço fez escola e sustenta
esta cidade disfuncional em off
que vê mas não enxerga de propósito
as mais divulgadas crueldades do império
de canalhas fazendo no mundo a imundície
os impérios são contados nos dedos tatuados
e esses hipnotizam e aumentam seus preços de
estratégias de selva escura como Dante gravou
em suas páginas misteriosas e luminosas do horror
sobre os povos de inteligentes contatos e índice
de subservidão é isto na esplanada doida então
está tudo explicado por essa menina história
que não avança apesar da ousadia dos anjos
uma vida de pavor e trash merda seja negada
uma vida de amor caia mesmo sobre tudo
e as asas sangrando logo estarão intactas
*
foto de celso araujo
Celso Araujo
nasceu no Maranhão em 1954. Chegou a Brasília em 68. Estudou Psicologia, sem
terminar, e também Comunicação. Trabalhou nos jornais Correio Braziliense, Jornal
de Brasília, Rádio Nacional e,
atualmente na Rádio Cultura. Foto de
Tayla Lorrana.
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