Os dois aforismos publicados abaixo, em tradução do escritor catarinense Silveira de Souza, estão no
livro 28 Aforismos de Franz Kafka, edição bilíngue - Virtual Book, distribuída
gratuitamente na web nos primórdios do ebook. O livro foi lançado
posteriormente (?) pela EdUFSC com o título 28
Desaforismos e desapareceu das páginas do Virtual Book, mas ainda é
encontrado na rede. Os Aforismos de
Kafka também foram traduzidos por Otto Maria Carpeaux, em 1943, (Revista Sopro, 2011) e por Modesto
Carone (Revista Serrote, 2009).
Franz
Kafka: Aforismos
tradução de Silveira de Souza (*)
11/12
Diversidade de imagens que talvez se possa ter
de uma maçã: a imagem do garotinho que precisa esticar o pescoço para, com
dificuldade, poder ver a maçã na fruteira sobre a mesa e a imagem do senhor da
casa que pega a maçã e a entrega sem restrições a seu convidado à mesa.
11/12
Verschiedenheit der Anschauungen, die man etwa
von einem Apfel haben kann: die Anschauung des kleinen Jungen, der den Hals
strecken muß, um noch knapp den Apfel auf der Tischplatte zu sehn und die
Anschauung des Hausherrn, der den Apfel nimmt und frei dem Tischgenossen
reicht.
20
Leopardos invadem o templo e bebem toda a água
da pia de sacrifícios, deixando-a vazia. Isto se repete sempre. Por fim, o
evento pode ser previsto e torna-se uma parte do ritual.
20
Leoparden brechen
in den Tempel ein und saufen die Opferkrüge leer; das wiederholt sich immer
wieder; schließlich kann man es vorausberechnen und es wird ein Teil der
Ceremonie.
Franz
Kafka (Praga-República Checa: 03.07.1883 - Klosterneuburg-Áustria: 03.08.1924), com
formação em direito e trabalhando em uma companhia de seguros, começou a
escrever em suas horas vagas, que reclamava serem poucas para se dedicar ao “seu chamado literário”. Kafka, que é
considerado um dos mais influentes autores do séc. XX, cresceu sob as
influências das culturas judia, tcheca e alemã, publicou A Metamorfose (1915), Carta a
meu Pai (1919), Na Colônia Penal
(1919), Um Médico Rural (1919), Um Artista da Fome (1922)..., sem muita
repercussão. A fama veio logo após a sua morte, com o patrocínio de seu amigo
Max Brod para o lançamento de O Processo
(1925); O Castelo (1926); O Desaparecido (1927); A Grande Muralha da China (1931). Para
saber muito mais: Wikipédia: Franz
Kafka; El País: Franz
Kafka; Almanaque Folha.UOL: Franz Kafka; Cultura
Genial: Livro
A Metamorfose de Franz Kafka; CULT: Franz Kafka;
Revista Bula: Meus Encontros
com Kafka; Scielo: Kafka,
Benjamin: o natural e o sobrenatural; Revista Serrote: Os Aforismos reunidos de Franz Kafka;
Revista Terceira Margem: Quatro glosas
a Kafka; Revista USP: Franz Kafka: Raízes;
NCBI: Franz
Kafka (1883-1924); Biblioteca Digital de Teses e Dissertações: As
múltiplas religiosidades na literatura de Franz Kafka; Periódicos UFPB: Franz
Kafka; Guimarães Rosa; Sociedade do Controle Integrado; France Culture: Franz
Kafka (1883 - 1924): l'étrange étranger.
João Paulo Silveira
de Souza (Florianópolis-SC, 27.07.1933) é jornalista, tradutor e
escritor brasileiro. Entre outras atividades educacionais e culturais, foi diretor
do mensário de literatura e arte Roteiro;
diretor da Divisão de Informação e Divulgação do Departamento de Extensão
Cultural da UFSC e coordenador das seguintes Edições FCC
da Fundação Catarinense de Cultura: Boi-de-Mamão
(79 a 81); Cadernos da Cultura
Catarinense (84-85) e Escritores
Catarinenses (90-91); Dirigiu o grupo teatral TESC (Teatro Experimental de
SC); Integrante do Círculo de Arte Moderna conhecido como Grupo O Sul, movimento literário e artístico Modernista, Silveira
de Souza, escritor eleito para a cadeira 33 da Academia Catarinense de
Letras, é autor de O Vigia e a Cidade
(1960); Uma Voz na Praça (1962); Rumor de Folhas (1966); Quatro Alamedas (1976); Os Pequenos Desencontros (1977); O Cavalo em Chamas (1981); Canário de Assobio (1985); Ybris (1989); Um ônibus e Quatro Destinos (1984); Relatos Escolhidos (1998); Trololó
para Flauta e Cavaquinho (1999); Contas
de Vidro (2002); Janela de Varrer
(2006); Ecos no porão: contos
selecionados pelo autor (2010-2011). Para saber mais: Ecos
no Porão, obra maior de Silveira de Souza; Contista
Silveira de Souza lança duas obras pela editora da UFSC.
Ilustração:
Leopard / Felis pardus. 1896.
Origem:
Lloyd's Natural History: "A hand-book to the Carnivora. Part 1, Cats,
civets, and mungoose"[1] by Richard Lydekker.
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