Celso Araujo é jornalista, escritor, dramaturgo,
ator, compositor, cantor, performer. O conheci na redação do jornal Correio
Braziliense, em Brasília, onde também trabalhava, em meados dos anos 1970. Saí definitivamente da Capital Federal em 1990. A maioria dos meus amigos..., gente da imprensa, artistas de teatro,
cinema, literatura, música, artes gráficas e plásticas..., responsável pela base cultural
da capital e suas satélites, continuou firme ali, defendendo seus caros alicerces no
DF. Alguns já se foram do planeta, mas outros, feito ele, que
reencontrei na rede FB, seguem por lá, alertas e fortes, em defesa da cultura brasiliense, com suas cores candangas e vivacidade brasileira!
Desde novembro de 2013, Celso Araujo mantém o interessante blog literário poesia-parque, onde publica
seus catárticos poemas, crônicas e críticas teatrais. É deste blog, geralmente ilustrados por suas próprias fotos, que pincei os
sete poemas que você acompanha, um ao dia, aqui no Falas ao Acaso. Você que já conheceu o pai gigante e finalizando agosto, hoje vai saber o que ele tem a dizer sobre o desolamento,
publicado na quinta-feira, 15 de setembro
de 2016.
desolamento
celso araujo
a desolação
de um sujeito
derramado debaixo da árvore
de jamelão
nunca saberei a locução certa dessa árvore
pra mim erariam azeitonas
os pássaros bicando os pés do senhor
carros de som panelas lençóis motores
e assim transita a manhã de sombras
isto é a manhã atemporal de cerrados queimando
é minha a desolação e um humano está ali por si
mesmo imaginado e com trilha
sonora do pássaro que canta
em escrita musical que não tem igual
nesse mundo e nunca decifrarei
mas ele canta o pássaro pequeno
a ave mais oculta entre os galhos
a angústia mais desgastada nas
folhas que cobrem minha pele
e a do sujeito que dorme debaixo
da sombra da vegetação do existir
ele existe eu não existo o dito está
desfeito e o que parecia tão direito
tudo mentira da minha mente fora
dessintonia e dentro da agonia nós
*
foto de celso araujo
Celso Araujo nasceu no Maranhão em 1954. Chegou a
Brasília em 68. Estudou Psicologia, sem terminar, e também Comunicação.
Trabalhou nos jornais Correio Braziliense,
Jornal de Brasília, Rádio Nacional e, atualmente na Rádio Cultura. Foto de Tayla Lorrana.
Un gusto visitar su espacio,gracias por compartirnos algo de usted y su largo trayecto literario.Mis felicitaciones, que sigan los éxitos.
ResponderExcluir..., Gracias, Ma Gloria, es siempre bienvenida!
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