... Tem
certas falas. Tem certos poemas. Tem certos clamores que insistem em ficar..., que
insistem em fincar raízes na memória. Que insistem, como CARTADEUS, poema de
natureza que entranha cada vez mais nos dias. Como se capaz de desembotar os
sentidos ...
CARTADEUS
joba tridente
dias desses era lua CHEIA
no planalto central
escandalosamente uma lua ENORME
insistia em brilhar
excitando corpos e mentes
escandalosa de noite
essa lua de dia BRILHOU
não foi notada
poucos olham para os Céus
(em tempos tão conturbados)
procurando estrelas
contando desejos
às candentes estrelas cadentes
(nesses tempos conturbados)
onde o atordoo é tanto
que tontas as pessoas tantas
pisam estrelas, flores, animais
com uma insensatez tal
que a gente acredita
ser tudo fruto de um
decrépito Deus
saudosista descontente
com a criação
.....................................
nesses tempos brilhou
uma lua tão GRANDIOSA nos Céus
que dava vontade de correr ao horizonte
esticar a mão e tocá-la
antes que os ratos a percebessem
se é que são dados a essa coisa FEITICEIRA
a que são dados os gatos
...e os cães
*
ilustração de Joba Tridente.31.10.2016
ilustração de Joba Tridente.31.10.2016
Joba Tridente, artesão
de palavras e imagens em Verso : 25 Poemas Experimentais (1999); Quase Hai-Kai (1997, 1998 e 2004); em Antologias: Hiperconexões: Realidade Expandida (2015); 101 Poetas Paranaenses (2015); Ipê
Amarelo, 26 Haicais; Ce que je vois
de ma fenêtre - O que eu vejo da minha janela (2014); Ebulição da Escrivatura – 13 Poetas Impossíveis (1978); em Prosa: Fragmentos da História
Antropofágica e Estapafúrdia de Um Índio Polaco da Tribo dos
Stankienambás (2000); Cidades
Minguantes (2001); O Vazio no Olho
do Dragão (2001). Contos , poemas e artigos
culturais publicados em diversos veículos de comunicação: Correio Braziliense, Jornal Nicolau, Gazeta do Povo ,
Revista Planeta ,
entre outros.
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