Nesta Semana da Criança, a cada dia vou
postar um texto em prosa e ou verso. Começo com o belíssimo Rômulo Rema, de Cecília Meireles, publicado em Ou
Isto Ou Aquilo. A minha edição de Ou
Isto Ou Aquilo (1964), de Cecília
Meireles, é de 1977. A publicação é um convênio: Instituto Nacional do Livro,
Ministério da Educação e Cultura e Editora Civilização Brasileira, o que
barateou o seu custo. As Ilustrações e o Planejamento Gráfico são de Eleonora
Affonso. O número do exemplar é 07279.
Nota: Em suas 88 páginas não há uma
linha sequer sobre Cecília Meireles
(1901 - 1964).
Rômulo Rema
Rômulo rema no rio.
A romã dorme no ramo,
a romã rubra. (E o céu).
O remo abre o rio.
O rio murmura.
A romã rubra dorme
cheia de rubis. (E o céu).
Rômulo rema no rio.
Abre-se a romã.
Abre-se a manhã.
Rolam rubis rubros do céu.
No rio,
Rômulo rema.
Cecília
Meireles: “Minha
infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram
sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha
vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos
geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as
bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde, foi nessa área que os livros se
abriram e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão
harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação
entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano.”
Cecília Benevides de Carvalho Meireles:
escritora de verso e prosa, professora e jornalista. Um dos maiores nomes
femininos da literatura brasileira. Aos 18 anos, em 1919, publicou Espectro, o seu primeiro livro de
poesia. Ela é responsável pela criação da primeira biblioteca dedicada à
literatura infantil, em 1934, no Rio de Janeiro. Cecília Meireles tem uma vasta obra, entre os vários títulos estão:
Criança, meu amor (1923), Batuque, Samba e Macumba (1933), A Festa das Letras (1937), Viagem (1939), Olhinhos de Gato (1940), Problemas de Literatura Infantil (1950), Romanceiro da Inconfidência (1953), Solombra (1963), Poemas de Israel (1963), Ou
Isto Ou Aquilo (1964).
Ilustração: Arte
de Joba Tridente sobre foto commons-wikimedia.
2012
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