Rondó
da Velha no Outono
a velha varre o quintal
e o vento espalha as folhas.
que mundo perdido!
mas na vila o sino soa
ninguém vem ver a velha:
trabalho à-toa.
a velha varre o quintal
e o vento espalha as folhas
se ouvisse a voz de um filho...
cada cabeça uma escolha.
solidão, estrela, pedra,
a noite sem fim escoa.
a velha varre o quintal
*
ilustração
de Joba Tridente - 2013
Marilia Kubota é escritora e jornalista. Rondó da Velha no Outono foi publicado
em Esperando as Bárbaras, lançado
recentemente. A sua poesia é intensa e desconcertante. Marilia quebra o verbo
como o Kasato Maru quebrou os mares..., ressignificando versos como as vagas ressignificaram
raça. Os 55 poemas de Esperando as Bárbaras “refletem
sobre o fazer poético, sua inquietação e inutilidade como sobra de luminosidade
no mundo pós-moderno.” A autora de Selva
de Sentidos (2008) também se faz presente em Pindorama (2000), Passagens
(2002), 8 Femmes (2007), Antologia da Poesia Brasileira do Início do
Terceiro Milênio (2008), Blablablogue (2009), Todo Começo é Involuntário - Poesia Brasileira
no Início do Século 21 (2011). Mestre em estudos literários (UFPR), Marilia
Kubota organizou o premiado Retratos
Japoneses no Brasil - Literatura Mestiça (2010) e edita o MEMAI
- jornal e site de Letras e Artes Japonesas.
Obrigada, Joba. Na época talvez eu não tenha recebido o link, por isto não fiz nem um comentário. Muito bacana este destaque no teu conceituado blog. Um beijo
ResponderExcluir..., é sempre tempo, Marília! ..., há sempre tempo! ..., beijo! T+
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